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25/08/2009 16:56
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A hora da colheita

Há mais de uma semana Roberto Armindo Pagel, de 42 anos, produtor da Linha do Rio, iniciou a colheita do fumo de sua propriedade. Juntamente com a esposa Neuza e com mais dois diaristas ele projeta que até janeiro do próximo ano os 80 mil pés já estejam colhidos. Mesmo otimista em relação à produtividade, Pagel projeta alguns prejuízos na safra em decorrência das geadas que caíram em agosto e em setembro e também ao excesso de chuvas. “A umidade está prejudicando um pouco as plantas, mas se o tempo colaborar elas ainda se recuperam”, cogita. Com as primeiras folhas já indo para a secagem, o agricultor torce por uma boa compra do produto. “O preço do fumo tem que melhorar sempre, pois a cada ano as coisas sobem mais, principalmente adubos e venenos”, expõe.
A safra iniciada na propriedade da família Pagel também já é realidade em outras propriedades rurais em Candelária e na região. Segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil, no Vale do Rio Pardo a colheita normal se inicia geralmente em novembro. No entanto, muitos colonos que realizaram o transplante das mudas mais cedo já estão enviando as primeiras folhas às estufas. A entidade ainda alerta que a colheita não tem relação com calor, como muitos pensam, mas sim com o amadurecimento das folhas. “Quando as folhas baixeiras ficam maduras, se inicia a colheita”, explica o presidente da Afubra, Benício Werner.
GRANIZO – Conforme levantamentos da Afubra, os danos causados pelas pedras de gelo não devem afetar o volume de produção. “As estimativas já contemplam perdas com o granizo, que normalmente se situam em torno de 5% a 6% do total a cada ano”, frisa Werner. O dirigente enfatiza que os fumicultores que ainda desejam inscrever suas lavouras no sistema mutualista da Afubra, que ressarce danos provocados pelo granizo, têm prazo até o dia 31 de outubro. “Por determinação da assembléia geral dos associados da entidade, não temos como prorrogar o prazo”, completa o presidente.
COMPRA - Na safra 2006/2007 a compra do fumo por parte das indústrias iniciou em dezembro. A perspectiva da Afubra para esse ano é de que a situação se repita. As entidades devem fazer a solicitação de forma oficial provavelmente no próximo mês, segundo projeta Benício Werner. “São especulações, pois a decisão de quando vão se abrir as portas realmente é da indústria”, finaliza.