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Celulares e inc?ndios!
Coisa feia as imagens dos incêndios no estado da Califórnia, nos EUA, onde mais de um milhão de pessoas tiveram que abandonar suas casas, pois o fogo está destruindo tudo o que vem pela frente. É difícil conter o fogo, ainda mais quando suas chamas são alimentadas por um vento seco e constante.
Além das notícias sobre esses incêndios, destacou-se aqui no Rio Grande do Sul um assunto que não possui chamas tão aterrorizantes como as da Califórnia, mas que igualmente trouxe suas repercussões. Trata-se do uso de celulares na sala de aula. Um programa de TV realizou um debate público sobre esse tema. Alguns defenderam apaixonadamente! Outros criticaram! Muitos, inclusive, ficaram estarrecidos, pois de maneira alguma imaginavam que isso poderia acontecer em uma sala de aula. A minha opinião sobre isso é simples e definitiva - sou contra! O uso do celular não contribui em nada. Não há nenhum caso de emergência que justifique. Contatos, comunicados, anúncios podem ser feitos pela secretaria da escola ou em outro momento. Nenhum aluno é médico, delegado ou bombeiro para necessitar receber uma ligação tão urgente. Urgente é que aprendam normas de convivência, educação e, principalmente, aprendizagem!
Não devemos nos iludir com pequenos sintomas sem analisarmos as causas. O uso do celular é apenas a ponta do iceberg. O fato é que vivemos uma crise de autoridade e a falência de valores essenciais! Diante do assunto centralizado no celular se oculta um mundo de indisciplina, vulgaridade e falta de respeito! Muitas pessoas olham estarrecidas para as escolas e para os professores, acusando-os de não conseguir manter a ordem. O fato é que muitos professores, com o coração cheio de idéias e o bolso vazio pelo minguado salário, erguem mangueiras para apagar as chamas da indisciplina. Mas o fogaréu vindo das desestruturadas famílias é tão intenso, que não há regras que os contenha. Não são raros os casos em que os professores, já chamuscados pelas chamas da falta de respeito e intoxicados pela fumaça, desmaiam, dormem, no entanto já não sonham! Não sonham porque vêem seus ideais se queimarem. Dormem, mas acordam quando toca o celular. Quem ligou foi um pai, um pai indignado porque na aula de ontem o dito professor recolheu um aparelhinho eletrônico do seu filho. O pai esbraveja, afirmando que o professor não tem direito de tomar propriedade do seu filhinho! Minutos depois é uma mãe, chorando, liga afirmando que já não sabe o que fazer, pois sua filha simplesmente não escuta! No dia seguinte, o mesmo professor vê um colega de profissão atendendo o celular na hora do trabalho, e o pior, dentro da sala. Os alunos tomam o fato para defenderem o seu lado. Fazer o quê?
A indisciplina é um fogo que está consumindo nossa sociedade! Este fogo é alimentado pela mídia e pelo consumismo que nos leva a comprar coisinhas que não necessitamos; que nos leva a idolatrar marcas, que nos motiva a pensar e a defender apenas os nossos desejos. O egoísmo queima o respeito, acaba com a autoridade, incendeia os bons valores.
Mas existe outro fogo, um fogo purificador! Trata-se do fogo do Espírito Santo de Deus. Quando ele toca o nosso coração, ele não destrói, mas purifica! Assim como o fogo purifica o ouro, facilitando a retirada das impurezas, assim o fogo da Palavra de Deus purifica o nosso ser. Por isso, o Senhor Jesus repete: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” Mas, como ouvirão, se o celular está colado na orelha? Sei lá!! O jeito é parar de escrever e pegar o meu celular - chamado de “oração” - e conversar com aquele que efetivamente pode nos ajudar: o nosso Deus.