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25/08/2009 16:56
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Crime ambiental no Alto da L?gua

O dito popular “Onde há fumaça há fogo” é tão antigo quanto as queimadas. A prática vem desde o descobrimento do Brasil, prejudicando a fauna e a flora, e ainda hoje, apesar de proibida por lei, encontra seguidores que se utilizam de artifícios para encobrir este tipo de irregularidade, ou melhor, crime. E foi justamente uma grande nuvem de fumaça que surgia dos cerros do Alto da Légua que levou a Brigada Militar de Candelária a desvendar mais um destes crimes. Segundo o sargento Voldemar Roesch, ele e o soldado Roth faziam o policiamento de rotina na rua Intendente Albino Lenz quando avistaram a nuvem. Ao chegar no local, os policiais encontraram cerca de 10 hectares totalmente devastados pela queimada. Três moradores do local faziam o trabalho de controle da queimada e retiravam a madeira, informando que o terreno estava sendo “limpo” desde outubro do ano passado. Segundo eles, o proprietário das terras – residente em Canoas e cujo nome é mantido em sigilo – possuía licença do Ibama. Em algumas partes da propriedade, já havia sido plantado milho, na real tentativa de encobrir a devastação à distância. Mudas de eucalipto foram encontradas no local, dando indícios de que o dono das terras teria pretendia reflorestar a área com estas plantas.
PATRAM – Segundo o sargento Voldemar, nos últimos 30 anos não se têm notícia de queimadas deste porte. Ele e o soldado Roth realizaram o levantamento fotográfico do local e acionaram a Patram. Na manhã de ontem, os policiais da Patrulha Ambiental de Cachoeira do Sul foram até o Alto da Légua e ficaram perplexos com o que viram. O local é de preservação ambiental e o declive da encosta chega a 75%, o que, fatalmente, irá prejudicar as nascentes d’água da localidade. O prejuízo é irreparável, mas, segundo a Patram, o acusado pela devastação poderá sofrer sanções pesadas pelo crime que cometeu. Os policiais cachoeirenses fizeram o levantamento do local por GPS e, na próxima semana, deverão estar novamente no município para fazer o levantamento topográfico da área. O próximo passo será a ação por crime ambiental contra o proprietário das terras.