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25/08/2009 16:56
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Destino comum

É comum ouvir que, para morrer, basta estar vivo. A compreensão desta realidade, por mais básica que seja, abalou a comunidade candelariense na última sexta-feira, 23. Além de despertar sentimentos de comoção e perplexidade, o acidente que vitimou quatro moradores da cidade desnudou por completo a absoluta brevidade, a fragilidade e o grau de total imprevisibilidade da existência humana. Os questionamentos que surgem nestes casos são inúmeros. Como? Por quê? O que as vítimas fizeram para merecer este trágico destino? Eventuais tentativas de resposta surgem, variando de acordo com as crenças e concepções filosóficas de seus autores. E cabe também uma outra indagação: por que essa necessidade que temos de sempre procurar explicar o inexplicável? Aos familiares e amigos mais próximos são dirigidas muitas palavras de conforto e de solidariedade. Tais manifestações constituem, na verdade, um mero ritual ou convenção, pois, em casos como o que vitimou Jair, Mauro, Rafael e Francisco, nenhuma palavra consegue trazer consolo nesta hora.
Para quem fica, a vida continua. O tempo acaba se encarregando, invariavelmente, de amenizar a dor e o sentimento de incompreensão diante da fatalidade. Sobrevivem, porém, as lembranças dos que se foram e estas devem ser valorizadas, ao menos no âmbito permitido pelo nosso conceito de realidade. Pelas demonstrações recolhidas nos atos fúnebres das vítimas mais recentes da RS 400, o legado que elas deixam é o de existências dignas, repletas de boas lembranças. E nós? Como seremos lembrados depois do momento de nos despedirmos da vida? Que espécie de recordação deixaremos? Vale a pena pensar nisso e talvez repensar algumas atitudes quando a vida (ou o desaparecimento dela) nos faz lembrar um destino comum a todas as pessoas.
Na sua trajetória superior a 20 anos, a Folha noticiou diversos fatos importantes, incluindo alguns acontecimentos trágicos. O acidente da sexta-feira que passou inaugurou, no entanto, uma novidade importante nesta cobertura jornalística. Por volta do meio-dia do dia do ocorrido, a versão on-line da Folha já dava detalhes da tragédia, incluindo, inclusive, uma foto. Até o meio dessa semana, o site do jornal contabilizava mais de mil acessos, número que comprova o grande interesse que o episódio despertou não só em Candelária como em toda a região. Desenvolvido pela Memory Multimédia, a versão da Folha na internet ainda está sendo aperfeiçoada, trabalho que permitirá, em breve, uma valorização maior de imagens das notícias. Como se trata de uma ferramenta dinâmica, o site do jornal da nossa terra estará permanentemente sendo renovado, incorporando novidades e buscando cumprir seu principal objetivo: servir de complemento e instrumento de valorização da versão impressa da Folha.