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25/08/2009 16:56
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Natal, Natal...

O Natal mexe com as pessoas. Existe um clima de expectativa no ar. Muitos se perguntam: “o que vou ganhar?”, “com quem estarei?”, “como será?”. Outros preocupam-se com o que vão comer, com o que vão vestir, e agitam-se em inúmeros preparativos. As residências, em sua maioria, passam por uma faxina geral e são decoradas com pinheiro, presépio e uma variedade incrível de motivos natalinos, de acordo com o gosto pessoal e as habilidades ou posses de cada um.
As crianças sonham com Papai Noel. Mesmo as que afirmam não acreditar nele desejam que ele lhes dê um presente. Os pedidos são humildes, não raras vezes: comida, um brinquedinho; outros são ousados e até assustadores para o bolso dos pais: computador, aparelhos eletrônicos caríssimos e outros produtos. Existem, no entanto, as crianças que, acima de tudo, imploram por amor, carinho, atenção, harmonia no lar, saúde e paz entre as pessoas. Adultos também, e uma parte dos jovens.
Tem gente que entra em depressão, lembrando a perda de entes queridos ou de um referencial em sua vida. Há pessoas que possuem uma agenda tão repleta de compromissos (formatura, festas, preparo da ceia de Natal, compra de presentes, remessa de cartões, amigo secreto, atividades profissionais, etc.), que nessa corrida desenfreada chegam exaustas ao Natal e nem mais querem saber do sentido cristão, ou dizem que não têm tempo para a igreja (comunhão, gratidão, oração, fé...). Ou simplesmente afirmam que “não acreditam em Deus”.
Cada vez mais, os apelos comerciais são enormes. Ouso dizer que há anos atrás, quando o ritmo de vida não era tão agitado nem a violência tão acentuada, sobretudo nos centros urbanos, a época de Advento e Natal era um período revestido de magia e encantamento. As pessoas tinham mais tempo, até mesmo para abraçar os que estavam próximos, e para enviar cartões ou telefonar aos que estavam longe. Ouvir músicas natalinas (ou até mesmo cantar) era prazeroso.
Em todas as épocas, em todos os lugares, há pessoas de todos os tipos; há também diferentes realidades. “O que significa o Natal para mim?” é um questionamento importante. “O que é essencial na vida”?. “Se eu tivesse a chance de fazer somente um pedido, neste Natal ou neste final de ano, um único somente, que pedido seria esse?”. “Se eu relacionasse as bênçãos, as dádivas, os motivos para agradecer, o que eu colocaria nesta listagem?”. “Que tipo de Natal eu quero?”. Mais importante ainda: “que tipo de vida eu quero?”.
Os pastores, em Belém, e os magos vindos do Oriente, há mais de dois mil anos, seguiram uma estrela no céu. O que nós estamos seguindo hoje? Onde está a nossa luz no horizonte? Onde estão as nossas metas, os nossos sonhos, o nosso ideal? Quem sabe, estamos até precisando de um pouco mais de silêncio (ou de quietude) para ouvir a nossa voz interior. Quem sabe, estamos até precisando reaprender a estender as mãos vazias, com humildade, a fim de perceber algo maior que nós mesmos. Quem sabe, precisamos voltar a ter fé; a ter esperança.
É tempo de Natal. Mais ainda: um novo ano se aproxima. Tem uma estrela no céu. Os seus raios de luz tocam o chão. Onde quer que estejamos, um instante luminoso é possível. Como a semente em solo fértil, como a chuva na terra sedenta... Natal, Natal... feliz Natal!

Lucia Hilda Steil
Bibliotecária CRB 10/579