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O uso da camisinha
O presidente Lula defendeu com muita ênfase a necessidade de doar “camisinhas” e de explicar como se usa este preservativo. Tal ênfase levou a Rede Globo a produzir uma matéria para o Fantástico - apresentada no último domingo - dia 11/03. Na reportagem a Igreja Católica manifestou-se contrária à camisinha, tanto nas palavras do presidente da CNBB, Dom Geraldo Majella Agnelo, como por um grupo de jovens católicos da ala carismática.
Os católicos são contra os anticoncepcionais, por isso, são igualmente contra o uso de camisinha. Particularmente não sou contra os anticoncepcionais, pois entendo que a Bíblia confere uma liberdade na administração do lar, mas isso é assunto para debater em outra ocasião. No momento, com relação à camisinha, penso termos que separar os assuntos distintos. Um deles, “o preservativo por si só”, e o outro, “o sexo irresponsável”.
Camisinha é o apelido. O nome é preservativo. Foi feito para preservar. Foi feito para proteger de doenças sexualmente transmissíveis. Neste sentido ele é mais uma bela invenção da humanidade, sendo que, quando necessário, o casal poderá utilizá-la.
Mas a preocupação não é com relação ao preservativo em si, mas com relação às campanhas publicitárias, onde o slogan mais repetido é “Use camisinha!” “Use camisinha!” E, o que acaba acontecendo é um incentivo à sexualidade irresponsável. Dizem que sexo responsável é sexo com camisinha. Discordo! Discordo totalmente. Sexo responsável é aquele em que a sexualidade não é tratada de maneira descartável. Sexo responsável é aquele em que a pessoa não vira um produto, um brinquedo.
Lembro-me de visitar uma exposição quando meninos de 11 ou 12 anos pegavam camisinhas em um estande da Secretaria de Saúde. Acima dos preservativos, diante dos olhos dos meninos, a famosa frase: “Use camisinha!”. Brinquei então com a moça do estande dizendo: “- Será que eles vão respeitar a frase e realmente vão usar?” “- É bom que usem” - respondeu ela. Complementei: “De preferência que usem como bexiga (balão) para brincar, afinal, sexo não é um brinquedo. Ele é bem divertido, mas não é um brinquedo!”
No Brasil, a educação sexual está se resumindo a pegar uma banana e mostrar como se usa a camisinha. Desta forma o ato sexual é considerado apenas como um ato superficial e banal, quando na verdade a sexualidade é um dos mais preciosos e complexos dons de Deus. É por isso que o estupro machuca bem mais o lado psicológico que o físico. É por isso que uma criança que foi abusada sexualmente carrega traumas emocionais por tantos anos. A sexualidade faz parte do nosso íntimo - daí a palavra intimidade.
Por ser tão nobre e belo, Deus revestiu o sexo com a blindagem do casamento, na aliança plena de duas pessoas que se amam.
O sexo é divertido, afinal foi criado por Deus, que faz tudo muito bem! Contudo, não é mera brincadeira de “minhoca entra na toca”. Quando a sexualidade é tratada como merece, revestida da santidade do amor, a camisinha é bem-vinda, mas muitas vezes o preservativo é sinônimo de traições, de banalidades, de prostituições... Neste momento, não há preservativo que preserve a ética cristã, não há preservativo que preserve a vontade de Deus.
Pastor Ismar Lambrecht Pinz