Logo Folha de Candelária
25/08/2009 16:56
Por:

Tabela de pre?o do fumo ? reajustada em 7,6%

Depois de quatro anos, produtores e indústria voltam a firmar o protocolo que rege a comercialização do fumo. O acordo, celebrado em encontros individuais com dirigentes de dez empresas fumageiras, transcorridos durante o dia de ontem, 21, em Santa Cruz do Sul, eleva em 7,6% o preço do produto sobre a tabela vigente na safra passada.
Dois fatores levaram a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), federações dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul (Fetag) e de Santa Catarina (Fetaesc) e das federações patronais dos três estados do Sul (Farsul, Faesc e Faep) ao acordo. Conforme explica o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, um deles é o incremento de R$ 227,5 milhões no faturamento bruto dos fumicultores. O cálculo parte da estimativa de produção, atualmente em 650 mil toneladas. O outro advém da garantia expressa pelos representantes das fumageiras. “As empresas vão manter os critérios de classificação adotados desde o início da comercialização da presente safra”, ressalta.
Com o protocolo, o quilo da classe BO1, da variedade virgínia, a mais valorizada, passa a valer R$ 6,25 ou R$ 93,75 a arroba. Para o TO2, classe que expressa o preço médio, o quilo fica em R$ 5,02 ou R$ 75,30 a arroba. No caso da variedade burley, a classe B1, a de maior valor, foi reajustada para R$ 5,51 ou R$ 82,65 a arroba. Caso se mantenha a estimativa de colheita, o tabaco vai gerar, somente nas áreas de produção, R$ 3,263 bilhões em receita bruta na atual safra. Os cálculos são do departamento de estatísticas da Afubra. Além do preço, o termo abrange outras garantias. Os preços referenciais terão vigência retroativa ao início da comercialização. “Com isso, o produtor que já comercializou parte ou toda a sua produção, receberá pagamento complementar”, frisa o presidente da Afubra.
Também foi garantido o pagamento do produto em até quatro dias úteis; comprometimento por parte das empresas em adquirir toda a produção contratada; pagamento dos
financiamentos de custeio e investimentos junto às instituições bancárias credenciadas e das despesas com frete e seguro do transporte do fumo e de insumos agrícolas da casa do produtor até as esteiras de comercialização; e acompanhamento da comercialização por fiscais de órgãos oficiais e membros das entidades. O protocolo prevê ainda a realização de reuniões entre indústrias e produtores, com o objetivo de reconstituir conjuntamente os coeficientes técnicos de custo de produção. Os encontros devem iniciar no mês de março.

NOVA ETAPA – A celebração do protocolo também contempla o início de uma nova etapa de discussão entre os setores produtivo e industrial. O presidente da Afubra ressalta a necessidade de reconstruir as relações, abaladas desde 2003. “Precisamos avaliar o sistema integrado de produção, que enfrenta graves problemas”, menciona Werner. O dirigente cita, entre outros fatores, a atualização e o levantamento conjunto do custo de produção, a ação de atravessadores, a alta carga tributária e o preço pago pelos fabricantes de cigarros como itens de análise.