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A fora que vem do amor
Amanhã, 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. A data foi instituída no início do século passado para homenagear as operárias americanas que, ao reivindicarem mais dignidade perante a sociedade, acabaram perdendo a vida. Hoje, a cada dia as mulheres conquistam ainda mais seu espaço, tornando-se guerreiras diárias em busca de independência, liberdade e identidade própria... São fortes e não esmorecem perante as dificuldades da vida. Arma principal desta guerra? O amor! Para homenagear a todas estas batalhadoras pela passagem de seu dia, a Folha entrevistou uma candelariense que é exemplo pelo otimismo, alegria e perseverança com que vive seus dias.
Mulher madura, separada, mãe, independente, feliz... Assim é Maria Francisca Becker, mais conhecida como Chica. Aos 51 anos, esta cachoeirense com raízes fixadas em Candelária é o retrato da mulher moderna pela sua força, obstinação e fé. A cada dificuldade da vida, um sorriso de otimismo por ter consigo o aconchego dos filhos, o carinho dos amigos e o colo de Deus.
Como muitas mulheres, Chica passou pela sempre difícil separação. Segundo conta, casou-se apaixonada em abril de 1982, união que duraria 23 anos. “Certo dia, quando me dei conta, morava com uma pessoa que não era aquela com que havia me casado”, revela. “Não sei em que momento das nossas vidas nos afastamos, mas os sonhos que compartilhamos já não eram mais nossos, a parceria havia sumido e o encanto desaparecido. Na busca por uma vida melhor e mais conforto, nos distanciamos, sem volta”, recorda. Apesar do rompimento, ela revela que não é tão ruim ficar sozinha quando se tem ao lado filhos maravilhosos, amigos, parceiros e companheiros. E são exatamente os filhos que a fizeram ir adiante. “Eles merecem tudo de bom e são tudo de bom que tenho. Sempre tive fé, sempre acreditei e nunca fui de me entregar, pois é preciso passar a eles o exemplo de sempre correrem atrás daquilo que querem”, revela, enfatizando orgulhosa que os filhos são seu maior presente.
TRABALHO – Maria Francisca é figura bastante conhecida em Candelária, principalmente no meio educacional, já que é diretora da escola municipal Adão Jaime Porto, na Pica Escura. Trabalho que, conforme argumenta, a faz ser uma pessoa privilegiada. “Faço o que amo fazer, o que sei fazer e tenho o reconhecimento deste trabalho todos os dias, em cada rosto dos alunos, em cada beijo que me dão, a cada carinho que recebo, no agradecimento e satisfação dos pais, nas palavras e cumprimentos que recebo dos meus superiores e no orgulho que percebo por parte dos meus filhos”, diz. “Sou realizada profissionalmente”, completa.
Conciliar os filhos, o trabalho e ainda se dedicar ao lar e ter tempo para a vida pessoal não é problema para esta mulher. Para ela, basta amar o que se faz que tudo se torna prazeroso, tudo tem solução, para tudo dá-se um jeito. Todo este otimismo rege sua vida juntamente com uma das coisas que mais valoriza, o amor. “Só o amor perdoa, só o amor é solidário, só o amor constrói, só o amor aproxima”, pondera. De acordo com Chica, a receita para todo este alto astral é muito simples. “Acordar de manhã e agradecer a Deus porque estou viva, tenho saúde, pernas que me levam, braços que abraçam filhos saudáveis, o sol nascendo, a chuva caindo, o trabalho a minha espera”, finaliza.