Expuls�o de aluno: direitos e deveres na educa��o

Em algumas escolas as aulas já iniciaram, algumas outras recomeçarão na próxima segunda-feira, dia 3 de março.
O fim das férias possui uma pitada de tristeza, mas, no fundo no fundo, os jovens e as crianças gostam do convívio e gostam do reencontro dos primeiros dias de aulas. Pois não é que em meio à euforia da volta às aulas anuncia-se, em Porto Alegre, a decisão da Justiça apoiando a expulsão de um aluno que teria explodido uma bomba dentro de uma lata de lixo. Diálogos no Orkut e testemunhos de pessoas da escola confirmaram a decisão.
A família do referido jovem vai recorrer, em honra aos seus “direitos”.
O fato é que se fala muito em “direitos” e pouco em “deveres”.
Acredito que as mudanças sociais começam pela educação. Logo, que possamos todos nós incluirmos, em nossas orações, a atuação das famílias e das escolas em seus diálogos diários, nos ensinos e na vivência de valores. Oremos também pelos governantes, a fim de que repensem a administração dos setores educacionais, em especial, na valorização dos professores. Afinal, os professores são imensamente cobrados por todos os setores da sociedade. Os “deveres” dos professores são muito citados! No entanto parecem esquecer dos “direitos” daqueles que convivem com todas as mazelas da sociedade, oriundas da maior variedade de lares desestruturados. Pode até ser que uma bomba tenha explodido em uma lata de lixo em Porto Alegre, mas não pensem que muitas outras “bombas” não explodem quase que diariamente nas mãos dos educadores. Eles são, muitas vezes, ofendidos, desrespeitados e agredidos.
Obviamente os alunos podem também ser desrespeitados. A história abaixo trata de uma dessas ações desrespeitosas e nos ensina a ouvirmos mais, compreendermos melhor e respeitarmos os outros, procurando interpretar tudo da melhor maneira:
Conta-se que certa vez em uma aula de faculdade, no Curso de Medicina, o professor dirigiu-se a um aluno e perguntou: – "Quantos rins nós temos?"
O aluno prontamente responde: - "Quatro!".
- "Quatro?" - replica o arrogante professor que em tom debochado ordena ao auxiliar:
- "Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala”.
- "E para mim, um cafezinho!" –replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o "Barão de Itararé".
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre: - "O senhor me perguntou quantos rins nós temos. Nós temos quatro: dois meus e dois teus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim".
A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento, pois "o saber ensoberbe-se, mas o amor edifica (1 Co 8.1b)". Isto é, os muitos conhecimentos enchem as pessoas de orgulho, soberba, arrogância e desrespeito, no entanto o amor verdadeiramente edifica, pois leva-nos a cumprir nossos deveres em função do direito dos outros.
Jamais esqueçamos que os ouvidos de Deus estão sempre atentos e que ele quer nos acompanhar e ajudar em toda e qualquer situação. Que a ajuda e a sabedoria divina acompanhem as mais diversas escolas em mais um ano letivo.

Pastor Ismar Pinz