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25/08/2009 16:56
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A morte perto de casa

Um acidente de trânsito incomum, que foge dos padrões estatísticos normais, vitimou fatalmente um candelariense na noite da última sexta-feira, 7, no km 131 da RSC-287, a cerca de 100 metros da praça de pedágio de Candelária, situada na localidade de Linha Facão. Segundo a ocorrência registrada na Delegacia de Polícia de Candelária, Anderson Félix Fritz conduzia o seu caminhão Mercedez-Benz L/1513, placas IIH 4518 de Candelária, acompanhado de Leandro Moizés Ellwanger e de Jorge Luiz da Silveira. O veículo vinha no sentido Santa Cruz do Sul/Candelária, quando, ao se aproximar da praça de pedágio, em baixa velocidade, Fritz perdeu o controle do caminhão, colidindo contra um barranco à direita da rodovia. Com a violência do choque, o motorista e os dois acompanhantes foram arremessados para fora do veículo. Fritz ficou sobre o pára-choques do caminhão e morreu instantaneamente. Ellwanger foi levado ao Hospital Candelária, com ferimentos leves, sendo medicado e liberado no dia seguinte. Já Silveira nada sofreu.
HIPÓTESE - Segundo informações extraoficiais, a causa do acidente teria ocorrido devido a uma distração do motorista, que teria se abaixado para pegar o tíquete para pagamento do pedágio, que havia caído ao seu lado. Somente as testemunhas que estavam com a vítima é que poderão esclarecer as dúvidas pelas causas do ocorrido.
ATOS FÚNEBRES - Anderson Félix Fritz tinha 34 anos e era caminhoneiro da sua própria empresa, a AV Fritz Transportes. O velório da vítima aconteceu no salão de Elsino Ellwanger, na Vila Botucaraí e o sepultamento, às 16h do último sábado, 8, no cemitério da localidade. Fritz era casado e deixa dois filhos. Ele é a terceira vítima fatal do ano em acidentes contabilizados no trecho da RSC-287 que passa por Candelária.

Ação da Polícia Rodoviária motivou revolta no velório
A ação arbitária de dois policiais rodoviários lotados no Grupo Rodoviário de Novo Cabrais gerou revolta entre as pessoas que participaram do velório de Anderson Félix Fritz, durante o último sábado, 8, no salão de Elsino Ellwanger, em Vila Botucaraí. Em razão do pouco espaço para estacionamento no local, muitos motoristas se viram obrigados a estacionar seus veículos sobre o acostamento da RSC 287. A chegada da viatura da Polícia Rodoviária ao local trouxe inicialmente a impressão de que estaria relacionada à necessidade de organizar o fluxo de veículos. Não foi o que aconteceu. Segundo relatos de pessoas presentes, ao descerem do veículo, os patrulheiros retiraram seus blocos, anotaram as placas dos veículos e ameaçaram multar os proprietários. Neste momento, a situação ganhou contornos de tumulto, gerando uma revolta generalizada.
Segundo o sargento André Doebber, comandande do grupamento, a presença dos policiais ao local aconteceu devido ao iminiente risco de acidente no local, uma vez que o Código Brasileiro de Trânsito estabelece que o acostamento não pode ser usado para estacionamento, salvo por motivo de força maior. “Estamos acostumados a organizar o trânsito e acompanhar cortejos; no entanto não fomos avisados nem pela família nem pelo agente funerário, o que poderia ter evitado o ocorrido”, lembrou. Doebber lamentou o fato e salientou que o caso ganhou repercussão maior do que deveria.
O prefeito Lauro Mainardi manifestou sua inconformidade com o ocorrido, ao conversar pessoalmente na manhã de ontem com o sargento André. Segundo o chefe do executivo, faltou sensibilidade da autoridade policial, considerando o momento de comoção existente. O sargento garantiu ao prefeito - posição reafirmada à reportagem da Folha à tarde - que nenhum proprietário de veículo foi multado e que o caso será analisado através de sindicância apurada por instâncias superiores da corporação. “Tudo será apurado”, garantiu, ressaltando, por outro lado, que evitar acidentes de trânsito está entre as atribuições da polícia. “Se no local tivesse ocorrido um acidente com vítima fatal, talvez fôssemos culpados por omissão”, ponderou.