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25/08/2009 16:56
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Emater quer construir 10 silos aeradores neste ano

Não constitui novidade alguma a preocupação dos produtores de grãos com relação à secagem e estocagem de seu produtos. As notícias de falências de empresas de todos os portes deixam, literalmente, os agricultores com o “pé atrás”, já que não são raros os casos de pessoas que de uma hora para outra viram os frutos de um ano de serviço simplesmente desaparecerem dos depósitos.
Um trabalho que vem sendo implementado desde o ano de 1996 promete, além de garantir o estoque do produto sob os olhos do agricultor, representar uma vantagem de até 10% no momento da comercialização. Se for pesar na balança a economia que se tem com secagem e porcentagem pelo trabalho terceirizado, o rendimento pode ser ainda maior. Trata-se do silo secador aerado e cujo tema já foi abordado na semana passada através da publicação de uma matéria desenvolvida pela reportagem da Folha junto à Emater de Novo Cabrais.
Nesta semana, o técnico agricola da Emater/Ascar de Candelária, Sanderlei Pereira, esteve na redação do jornal para falar um pouco da experiência desenvolvida a partir de 1996 em Candelária. Segundo ele, naquele ano foram construidos dois silos, cada um com capacidade para 500 sacos, na Granja Bartz, de Marcos Bartz, na localidade de Faxinal dos Porto, utilizados para o armazenamento de milho. Na propriedade de Dario Hitz, na Linha Alta, foram construídos dois secadores, um para milho, com capacidade para 100 sacos, e outro para arroz comportando 250 sacos, todos com aeração. Como o sistema se mostrou eficaz, em 1998 o produtor Cirilo Koepp, de Linha Curitiba, construiu em sua propriedade dois silos para milho com capacidade para 250 sacos cada e um para farelo de soja, com capacidade para 100 sacos. Nos anos que se passaram, foi comprovada a eficiência do sistema e aperfeiçoado o sistema de ventilação com equipamentos de melhor qualidade, abrindo espaço para a secagem do arroz, produto que melhor se adaptou ao sistema. “O arroz pode ser colhido e colocado diretamete no silo. Como é secado através da ventilação, o produto apresenta uma qualidade superior aos outros sistemas de secagem e armazenagem, dispensando gastos com lenha”, lembrou o técnico da Emater.
Recentemente, o Clube de Integração e Troca de Experiências – Cite – 117, participou de uma excursão organizada pela Emater/Ascar de Candelária ao município de Dona Francisca, com objetivo de conhecer os secadores com capacidade de mais de 3.500 sacos em propriedades de agricultores que adotaram este sistema. Na oportunidade, acompanharam a excursão dois técnicos da Emater, um engenheiro agrônomo do Banco do Brasil e um da Agrican que voltaram bastante impressionados com a técnica.
Segundo Sanderlei Pereira, a meta da Emater é auxiliar na construção de 10 silos ainda neste ano. Três silos com capacidade para 4.000 sacos cada deverão ser construidos pelo agricultor José Porto, e um de 5.000 sacos pelo agricultor Marcos Dumke. Outros agricultores estão ainda em fase de definição de projeto e capacidade dos silos, e demais interessados em informações podem se dirigir ao escritório da Emater de Candelária. “Além das vantagens já elencadas, esse tipo de silo tem baixo custo da construção e fácil manutenção”, lembrou Pereira. Atualmente a produção de arroz em Candelária é em torno de 800 mil sacos e calcula-se que somente 10% deste total esteja depositado em locais próprios.