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25/08/2009 16:56
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Julgamentos

É incrível como a maioria das pessoas é rápida em julgar e condenar. Se não fôssemos assim tão afoitos, evitaríamos uma série de problemas.
O caso da morte da menina Isabella exemplifica esta situação. Mesmo que os maiores suspeitos sejam o pai e a madastra, ainda é precipitado condená-los. Muitos já queriam a cabeça deles, no entanto, no momento em que estou escrevendo, ainda não existem provas. É precipitado sair condenando.
Este caso está sendo investigado por especialistas e pode ser solucionado a qualquer instante, mas no dia-a-dia outras centenas de pequenos julgamentos são feitos! O detalhe que quero lembrar é que precisamos julgar com cautela e justiça!
Há uma história que conta de um viúvo que cuidava de seu filhinho de menos de dois anos. Ele tinha em sua casa uma raposa de estimação. Muitos o alertavam que raposa era um animal traiçoeiro e que era um perigo ter esta raposa em casa junto com uma criança. Afirmavam que a raposa poderia devorar seu pequeno filho. Mas o homem estimava a raposa e permitiu que ela continuasse morando com eles. Certa vez, após ter juntado lenhas, o homem entrou em sua casa e logo viu a raposa com um leve sorriso na boca e percebeu que o focinho do animal estava totalmente sujo de sangue. O homem gelou! Logo lembrou do aviso dos amigos e pensou no pior! Cheio de ódio, pegou o machado, e com um só golpe matou a raposa e em seguida correu para o berço para ver o que havia sobrado de seu filhinho. Porém, chegando lá, percebeu que o menino estava bem e até sorria. Logo lhe pesou a consciência! Tinha sido injusto com a raposa. Pesou-lhe mais ainda a consciência quando viu que ao lado do berço havia uma cobra venenosa morta a dentadas. Deu-se conta que com uma machadada havia matado aquela que salvara a vida de seu filho. Nada pior do que um julgamento precipitado!
Uma das conhecidas palavras de Jesus nos diz: “Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? (Mt 7.3)” Afinal, é muito fácil dizer que a faxineira é ineficiente, que é lenta, que não limpa os cantos; o difícil é reconhecer os próprios defeitos, ou será que as patroas são tão perfeitas em seus serviços?
Outro erro freqüente é julgarmos terceiros na ausência deles. Fala-se mal na ausência do envolvido, fala-se mal na presença de quem não tem nada a ver com isso!
Jesus diz assim: Porque Deus julgará vocês do mesmo modo que vocês julgarem os outros e usará com vocês a mesma medida que vocês usarem para medir os outros (Mt 7.2). Será que no julgamento divino existirão absolvidos? Será que diante de Deus bastarão boas intenções? Creio que não! E você? Está preparado para este julgamento?
Ainda não sabemos quem matou a Isabella, mas sabemos que na morte de Jesus também nós somos culpados, pois Ele morreu por causa dos nossos pecados. Por ironia, foi sofrendo essa injustiça que Jesus conquistou-nos o perdão. Quando confiamos nesse perdão, somos justificados! Além de ser um Bom Advogado (1 Jo 2.1), Cristo pagou a nossa pena. Logo, é plausível vivermos em justiça e misericórdia uns para com outros. Deixando uma pequena brincadeira para o final, diria que o Grêmio julgava que o Juventude e o Atlético Goianiense jamais poderiam pará-lo. Mas... julgou errado!
Efetivamente, é preciso cautela no julgar!