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Funcionalismo do estado paralisa por melhores condi??es de trabalho
Na última quarta-feira, 28, funcionários de diversos setores do Estado paralisaram suas atividades em protesto contra a política de desmonte da máquina pública no Rio Grande do Sul, como o congelamento dos salários, demissão de contratos emergenciais sem a devida reposição através de concurso público e a não nomeação de professores do último concurso, que está com o prazo de vigência prestes a extinguir. Em Porto Alegre, manifestantes realizaram caminhadas pelas ruas e se aglomeraram em frente ao Palácio Piratini, se unindo a funcionários da Polícia Civil, que estão há 70 dias acampados no local.
Segundo o professor Sadi da Fontoura Porto, em Candelária as escolas Guia Lopes e Fábio Nackpar dos Santos, da Vila Botucaraí, paralisaram totalmente suas atividades. As demais trabalharam parcialmente. Porto ressalta que são inúmeros os problemas enfrentados pelos servidores do Estado, principalmente os trabalhadores da educação. “No município há escolas que as bibliotecas não estão funcionando devido à carência de funcionários”, explica, ressaltando que problemas como este debilitam a educação pública. Ele ainda expõe que a insegurança dos servidores acaba refletindo também no comércio local. “Somos consumidores dos estabelecimentos de Candelária, mas sem a certeza de salários em dia, vamos ter que restringir as compras e nos preparar para o pior que pode vir deste governo”, destaca.
A paralisação desta semana foi um dos primeiros protestos enfrentados pelo governo de Yeda Crusius. Enquanto nenhum acordo entre as partes é fixado, há a chance de que outros atos nestes moldes aconteçam no Rio Grande do Sul. “Tudo depende da governadora atender ou não as reivindicações do funcionalismo”, explica Porto.
Um dos motivos da briga
Uma das principais razões da paralisação desta semana foi anúncio feito pela governadora Yeda Crusius na última segunda-feira, 26, quando ela divulgou o atraso do pagamento dos vencimentos de março para os servidores que ganham mais de R$ 2,5 mil líquidos. O pronunciamento não agradou nem um pouco as classes de trabalhadores estaduais, já que cerca de 20 mil serão prejudicados. A garantia da Secretaria da Fazenda é de que até o próximo dia 10 de abril o Estado pagará os salários superiores a este valor.