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25/08/2009 16:56
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O fora-da-lei

Novo Cabrais se tornou a capital regional das barreiras. Todos os dias tem barreiras da fiscalização do ICMS e barreira da Polícia Rodoviária Estadual. Eu mesmo já fui atacado pela Polícia Rodoviária, mas como tudo estava em ordem, tanto quanto o carro como meus documentos, passei faceiro. Mas dia desses levei um cagaço muito grande da fiscalização. Peguei um carro e fui buscar uns tijolos para cortar e fazer umas tijoletas. Mas para isso, tinha que passar por um pequeno trecho da avenida 28 de Dezembro e voltar pelo mesmo caminho. Na ida, não me preocupei muito e segui fagueiro meu destino. Eis que na volta me dei por conta de que estava com chinelos de dedo, também conhecido por “dedinhos”, de bermuda, sem camisa e, o pior de tudo, sem carteira e sem a nota fiscal dos 15 tijolos. A nota eu não tinha por um simples motivo: surrupiei eles do meu sogro e quando a gente surrupia dificilmente consegue nota. Mas quando as coisas não estão legais, parece que tudo conspira contra, e eis que olho para o trevo e vi que o guardinha que faz aquela confusão no trânsito estava olhando para meu lado. Pensei: o que que é um peido pra quem já tá borrado. Vou fugir, e nem que a vaca tussa ele me pega. Tracionei e saí arrancando cascalho pela contramão. Ao chegar no destino, totalmente esbaforido, não vi rastro do guarda e nem dos fiscais. Até pareceu um filme desses em que os fora-da-lei às vezes vencem. Mas o susto serviu de lição nunca, jamais vou dirigir carrinho de mão sem carteira e com chinelos de dedo e ainda por cima carregando mercadorias sem nota. Afinal, nunca se sabe o que a governadora manda eles fazerem, né?

O pior cego é o que não quer ouvir

Recebi um mail a respeito de um assunto que abordei recentemente e que dizia respeito às portas giratórias do Banco do Brasil, onde já passei por alguns constrangimentos. Depois de ler o texto, mudei meu conceito sobre segurança e aproveito este espaço para dar uma chinelada em mim mesmo e pedir desculpas aos guardas. Se os ofendi, não foi a intenção, e humildemente peço desculpas. Eis alguns trechos: “(...) A real intenção é esclarecer, não só a ti, mas a muitos clientes que reclamam (e muitas vezes com razão, eu sei) das portas giratórias. Os guardas não têm poder pra liberar a porta à ninguém. Mesmo se o Lula em pessoa fosse ao Banco para sacar seu Pronaf, não seria liberado. Apitou, a porta tranca. Não tem jeito, é norma de segurança, e, portanto deve ser seguida à risca. Já imaginou se toda vez que ela trancasse (talvez pelo teu aparelho), os guardas te liberassem? Aí um dia, por acaso, um “olheiro” percebe teu privilégio, pega tua esposa e tua linda filha, faz de refém e te obriga a entrar na agência com uma arma. Que tu vai fazer? Vai obedecer, lógico. E os guardas, acostumados com teu soriso metálico, vão te liberar. Pronto, tu és o mais novo cúmplice de assalto a banco. A manchete da Folha na edição seguinte seria do tipo: “Jornalista é acusado de facilitar assalto no BB”. Sem falar que o guarda que te liberou perde o emprego e corre risco de ser processado num caso desses, por agir contra as normas. Isso se ele sobreviver à troca de tiros entre os bandidos e a PM. Não se libera ninguém, absolutamente ningúem, e com maior restrição ainda aos funcionários, por causa do tal seqüestro de famílias. Se um desocupado desses fica sabendo que alguém tem privilégio, é risco de segurança para ele, para a família dele e para qualquer um que estiver na agência. Se quiser fazer um comentário sobre essa questão de segurança, fique à vontade, pois muita gente vai começar a pensar diferente e não ficar mais xingando a pobre mãe do vigilante. Abraços!”. Outros abraços, e muito obrigado pela informação, devidamente repassada a todos.