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Um exemplo de desperd?cio de dinheiro p?blico
Enquanto o Estado agoniza financeiramente, em Candelária identifica-se um exemplo eloqüente de desperdício de dinheiro público. Trata-se do malogrado projeto do Parque Paleontológico concebido para funcionar nas imediações da chamada Sanga dos Fósseis, na localidade de Pinheiro, zona do campo de Candelária. Idealizado dentro do projeto Pró-Guaíba, a implantação do parque levou o Estado a desapropriar 73 hectares de terras, área que está há alguns anos esquecida, sem qualquer destinação prática. A falta de perspectivas do projeto e o abandono da área já começa a incomodar moradores da região.
De acordo com o presidente da Abecam (Associação dos Moradores do Campo), Carlos Gomes da Rosa, o popular Carlinhos, o brejo tomou conta das propriedades abandonadas, fato que, segundo enfatiza, está gerando uma proliferação de cobras. Ele salienta que já se escutam rumores sobre uma suposta ocupação da área pelo MST (Movimento dos Sem Terra), levando em conta a total ausência de produtividade das terras. Neste sentido, ressalta que algumas famílias poderiam até dispensar as barracas, considerando que a área inclui algumas casas em condições de serem habitadas. No entanto, Carlinhos defende a materialização do prometido parque paleontológico, tendo em vista que o projeto certamente representaria um grande impulso para a economia do município, reabrindo também a esperança em torno da conclusão da RS 410, outra obra iniciada e não concluída na região do campo de Candelária.
A administração municipal de Candelária também está reivindicando uma decisão do Estado em relação à situação. Na semana passada, o prefeito Lauro Mainardi encaminhou correspondência ao presidente da Fundação Zoobotânica - órgão responsável pelo Pró-Guaíba - e à governadora do Estado relatando a situação de abandono da área desapropriada e, ao mesmo tempo, cobrando uma tomada de posição em relação ao assunto. No ofício encaminhado, o chefe do Executivo também cobrou um esclarecimento sobre o formato do projeto, algo até agora não bem compreendido pela comunidade. Assim que recebeu a correspondência, o presidente da Fundação Zoobotânica, Luiz Gheller, manteve contato telefônico com o prefeito, oportunidade em que informou que acabou de assumir o cargo, prometendo se inteirar da situação e depois marcar uma audiência para debater o futuro do projeto. O prefeito Lauro reiterou a importância do parque para o futuro de Candelária, além de externar sua inconformidade em relação ao abandono do projeto. “Um Estado pobre e falido não pode se dar ao luxo de desperdiçar dinheiro público”, completou.