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25/08/2009 16:56
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Protesto bem-humorado em Arroio do Tigre

A juíza de Sobradinho, Daniela Conceição Zorzi, concedeu no dia 27 de junho liminar requerida pelo Ministério Público e determinou que o governo do Estado e o Daer façam reparos na RS-400 e na RSC-481, que ligam Candelária a Arroio do Tigre. Conforme a decisão, no prazo de 45 dias devem ser feitas restaurações emergenciais, que incluem uma operação tapa-buracos e o recapeamento de alguns trechos com massa asfáltica. A ação civil pública foi proposta pelos promotores Martin Alino Jora, de Arroio do Tigre, João Afonso da Silva Beltrame, de Sobradinho, e Elemar Gräbner, de Candelária, mas da decisão da magistrada ainda cabe recurso.
Não se sabe se foi em razão da determinação judicial que na terça-feira o distrito operacional do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) de Cachoeira do Sul, por meio da capatazia de Sobradinho, iniciou os trabalhos de recapeagem asfáltica no trecho da RSC-481, próximo ao trevo de acesso à cidade de Arroio do Tigre. Porém, o que parecia ser uma boa notícia levou revolta e indignação para as pessoas que presenciaram o episódio. O grupo que chegou ao local para realizar os reparos ficou por mais de uma hora parado, sob a alegação de que esperavam engenheiros do Daer para fotografar os trabalhos e mostrar a situação precária da estrada à governadora. "Quando os homens começaram a trabalhar, por volta das 15h20, veio a notícia de que o material dava para cobrir apenas um metro quadrado de buracos", contou o pintor de carros Paulo Roberto Machado (Didi), 27 anos, que possui um estabelecimento próximo à rodovia. O fato acabou revoltando ainda mais os moradores. “Eles cobriram quatro ou cinco buracos e saíram. Isso é piada”, disse indignado Jacson da Rosa, 18 anos, chapeador. O protesto bem-humorado de Paulo e Jacson veio na forma de embarcações. Barquinhos de papel foram colocados nas poças d’água e, paralelamente, os dois faziam de conta que remavam em uma canoa, aproveitando as poças existentes.

Material alternativo
Em relação ao material levado para a operação, o encarregado Rubi Soares isentou a autarquia de culpa e disse que é o estado que não destina verba para as obras. “A empresa faz conforme o governo paga. Falta material. Estamos esperando chegar a emulsão para continuar a recapeagem. Não vai parar”, apontou. “Vamos tapeando. Fazer o quê? De repente entra uma verba do Estado. Conforme vai chegando a massa, vamos tapar os buracos. O usuário tem direito”, acrescentou o encarregado.
O protesto de ontem resolveu em parte o problema, pois à tarde a mesma equipe retornou ao local para enfim tapar os buracos que existem à profusão no asfalto. Porém, foi uma medida paliativa, já que o material utilizado – desta vez areia e terra – deve ir embora junto com a próxima chuva. O que se espera é que para Candelária venha massa asfaltica em quantidade necessária para resolver pelo menos em parte os problemas enfrentados pelos motoristas. Caso contrário, a previsão é de protestos por aqui também. Vale lembrar que o estado da pista da RS 400 teve relação direta com a morte de uma aposentada em um acidente de trânsito no dia 1º de junho.