Logo Folha de Candelária
25/08/2009 16:56
Por:

Bom manejo para boa safra

Segundo o engenheiro agrônomo Luciano Siqueira, o II Seminário de Arroz de Candelária foi um sucesso. Em contato com os produtores que participaram do encontro, ele afirma que a opinião é unânime. “Muitos estão fazendo até sugestões de assuntos para o seminário do próximo ano, que já está agendado para julho”, conta. Para Luciano, estes encontros locais são imprescindíveis e transmitem mais credibilidade aos arrozeiros, já que são mostrados dados de Candelária. “Este é o caminho para os produtores terem acesso a informações preciosas para suas lavouras”, explica, ressaltando ainda a importância da troca de conhecimentos entre os participantes, que debatem as questões do campo de olho na produtividade.
E por falar em produtividade, dois assuntos tratados durante o II Seminário de Arroz são considerados fundamentais para o rendimento da lavoura: controle do arroz vermelho e irrigação. Na palestra ministrada pelo agrônomo do Irga Élio Marcolin, “Estações de bombeamento de água em lavouras de arroz irrigado por inundação”, procurou-se conscientizar os produtores, chamando a atenção para os antigos sistemas de irrigação, projetados em uma época em que o óleo diesel não era um ônus e representava apenas 2% do custo da lavoura. Hoje, a realidade é bem diferente. Representando 15% do valor da safra, o diesel é um agravante se usado de forma errada. “A sugestão não é trocar as bombas antigas, mas usar bitolas adequadas para não haver desperdícios”, explica. Ele ainda alerta que os arrozeiros que optarem em fazer um novo sistema devem, preferencialmente, investir mais de imediato, evitando custos maiores a longo prazo. “É preciso atenção no custo-benefício”, esclarece.
Considerada a planta daninha que mais causa danos à lavoura de arroz no Rio Grande do Sul, o arroz vermelho foi pauta da palestra de Valmir Menezes, técnico do Irga. Assim como a que falava sobre irrigação, a explanação também priorizou a conscientização dos produtores, alertando para os motivos pelos quais não se pode plantar por muitas safras seguidas as variedades CLs (chamadas mutagênicas). “Essas sementes acabam cruzando com o vermelho, que fica mais resistente a cada plantio e acaba não morrendo com o herbicida”, pondera. Um bom exemplo disso pode ser conferido em uma propriedade da Linha Palmeira, onde foram aplicados três litros de Only por hectare e o arroz vermelho não foi combatido. A recomendação é plantar no máximo dois anos do arroz CL e então trocar de cultivar. Os técnicos também aconselham optar pelo cultivo mínimo, fazer a dessecação em ponto de agulha, realizar duas aplicações de Only e arrancar os escapes de arroz vermelho manualmente.