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Entreveros e peleias
Nesta semana farroupilha gostaria de destacar a palavra “entrevero”. Ela é própria dos gaúchos, mas acontece na vida das pessoas do mundo inteiro!
A grande parte dos “entreveros” acontece dentro dos lares: são “entreveros” entre o casal, entre pais e filhos, etc. As pessoas que vivem mais próximas são aquelas que mais se machucam, mais se “entreveram”.
A Revolução Farroupilha foi igualmente um grande “entrevero! “ Um entrevero anterior é marcado pela guerra entre os chimangos, (identificados pelos lenços brancos) e os maragatos (identificados pelos lenços vermelhos). Nas missas e cultos crioulos destaca-se um gesto de paz onde o lenço branco e o lenço vermelho são unidos e pendurados em uma cruz, como evidente símbolo de que o perdão concedido por Deus nos capacita a perdoarmos e considerarmos as falhas dos outros e igualmente a reconhecermos nossos próprios erros. O lenço branco e o lenço vermelho erguidos simbolizam o poder da reconciliação.
“Entreveros” acontecem em toda parte. Diante deles, o que fazer? Alguns colocam mais lenha na fogueira, outros deixam a poeira baixar e procuram solucionar o problema. Na resolução do “entrevero” não devo insistir e defender apenas o meu ponto de vista, afinal ele é apenas um dos pontos de vista. Devo, antes disso, defender e caminhar rumo à solução.
Certa vez alguém perguntou: “como é mais fácil limpar o barro de uma bota?” A resposta veio de imediato: “deixando o barro secar”. Por vezes é necessário respirar, usar a tranqüilidade, o equilíbrio e deixar o barro dos problemas secar.
Diante de todo e qualquer “entrevero”, podemos ter a certeza de que Jesus é um amigo que está disposto a ajudar, afinal para ajudar e salvar foi que Cristo foi “entreverado” em uma cruz!
O amigo Jesus, diante dos “entreveros” inevitáveis, nos diz: Bem-aventurados os “pacificadores” (Mt 5.9). A palavra de Deus ainda nos diz: “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1)”. Ora, se Deus me aceita e me justifica apesar de tantos “entreveros” que eu causo, também posso eu aceitar e perdoar as pessoas que “entreveram” comigo. Afinal, realmente “guapo” e forte é aquele que sabe perdoar.
Pastor Ismar Lambrecht Pinz – 53 3273 3993
Publicada no dia 19 de setembro de 2006