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Andr usa gravao clandestina para se defender de crime eleitoral
Na tentativa de provar que não teve envolvimento no ato de vandalismo ocorrido na oficina do PP, dia 23 de agosto, no Rincão Comprido, o candidato a vice-prefeito André Rohde apresentou na quarta-feira pela manhã, durante o horário eleitoral gratuito, uma outra versão para o episódio, levando ao ar uma gravação com supostas declarações do pintor Fábio da Silva. O próprio candidato assumiu que fez a gravação de forma clandestina e anunciou que a apresentaria no programa. Segundo André, Fábio teria sido contratado pela coligação que apóia o candidato Lauro Mainardi e tomou as declarações do pintor que foram ao ar na primeira edição do programa eleitoral gratuito, transmitido em cadeia pelas três rádios da cidade às 7h. “Lamentavelmente, para nossa surpresa, quem liderou as negociações com Fábio foi o Mainardi, a primeira-dama acompanhada pelo capitão Sartori e sua esposa, atual secretária de Assistência Social”, destacou André. Antes de reproduzir o áudio ele pediu para os ouvintes para ver a gravidade dos fatos nas palavras do próprio Fábio.
REPRESENTAÇÃO – O programa levado ao ar motivou uma representação eleitoral movida pela coligação que defende a candidatura de Lauro. O advogado argumentou que o uso de truncagem ou montagem no áudio foi nítido e também foi caracterizada a ilicitude eleitoral com base no artigo 53, parágrafo segundo da lei 9.504/97, que regula as eleições. O juiz Gérson Martins da Silva considerou que a participação de terceiros na propaganda eleitoral deve ocorrer “em apoio” a algum candidato e que neste caso a participação de Fábio pareceu involuntária e não representou efetivo apoio à candidatura. Por conter acusações graves, o juiz julgou conveniente suspender a divulgação e oficiou a Rádio Princesa, geradora do sinal da propaganda em rede, para que fosse veiculado o programa do dia anterior, proibindo a veiculação com as acusações que foram ao ar pela manhã do mesmo dia.
OFICIAL – Não existe nenhum documento oficial a respeito dos atos de vandalismo na oficina do PP a não ser o registro dos danos feito pelo irmão do candidato André na delegacia de polícia e o depoimento espontâneo do pintor Fábio da Silva, que foi testemunhado por duas pessoas. Quando ouvido, ele contou que teria sido convidado por Luciano Braga, o “Bego”, para danificar placas da coligação “Respeito Humildade e Trabalho”. Segundo Fábio, o “serviço” teria sido encomendado pelo candidato André Carlos Rohde que teria prometido pagar R$ 80,00. Como o pagamento não foi feito, Fábio resolveu procurar a polícia. “Bego” ainda não foi localizado para prestar depoimento. O capitão Rodrigo Righes Sartori, comandante da Brigada Militar, preferiu não se manifestar por enquanto. Ele limitou-se a dizer que se existe alguma pessoa que tem que dar explicações é o candidato André. “Eu sou o maior interessado que a verdade apareça”, garantiu o capitão.