Por:
Regrinhas bsicas de convivncia e boa educao
Como editor da Folha me sinto no dever e na obrigação de refutar certos comentários perniciosos envolvendo o nome da empresa e, por conseqüência, o meu. Primeiramente há de se reiterar o que todos já estão cansados de saber: que as pesquisas eleitorais divulgadas pela Folha foram contratadas ao Instituto Index e que o jornal somente as publicou. Reclamações quanto ao resultado devem ser dirigidas ao Instituto Index, e não à Folha. No entanto, vale salientar que, se no momento da coleta de dados a situação estava a favor de um candidato e não tão bem assim para outro, deve-se muito as estratégias utilizadas na campanha. Desnecessário colocar que o resultado final das eleições será ditado pelas urnas e que uma pesquisa revela uma tendência em determinado momento. Na última pesquisa, os eleitores foram ouvidos nos dias 26 e 27 de setembro, ou seja, mais de uma semana antes do pleito. Desta forma, a tendência pode se confirmar ou se modificar, e isso depende muito do trabalho que for realizado diretamente com o eleitor.
Falando em estratégias de campanha, em 2002 o candidato a governador do Estado Germano Rigotto era o último colocado nas pesquisas. Com uma estratégia talentosa, deixou que os candidatos considerados mais fortes – Tarso Genro e Antônio Brito – trocassem farpas enquanto que, inteligentemente, Rigotto apresentava suas propostas para governar o Estado. Como conseqüência, cresceu nas pesquisas, foi para o segundo turno contra Tarso e venceu a eleição.
Inteligência é algo que parece faltar aos estrategistas de campanha que insuflam correligionários para, levianamente, acusar a Folha pelo fato de divulgar pesquisas. Em relação a isso, me chamou atenção na terça-feira a atitude de um cabo eleitoral que, aos brados, dizia pelas ruas que a pesquisa da Folha era duvidosa. Duvidosos são certos históricos de aparições e quanto a isso não tenho muito o que acrescentar. Infelizmente o Tribunal Superior Eleitoral não ditou resolução para proibir a ação sanguessugas de campanha, mas quero acreditar que certas atitudes sejam motivadas não só por dinheiro, mas sobretudo por amor à terra natal. De outro lado, há de se dizer que não é se rebelando contra a imprensa que se faz valer a democracia.
As gravações com declarações do pintor Fábio da Silva acabaram se tornando atração em pelo menos três programas no horário gratuito, mesmo que a justiça tivesse determinado sobre a proibição deste tipo de expediente. Penso que deveriam ser levadas propostas no precioso tempo, mas não foi o que aconteceu. Agora, se a credibilidade do pintor é maior do que as pessoas que ele acusa e se o seu depoimento – verídico ou não – terão realmente efeito, somente as urnas poderão dizer. Respeito, acima de tudo é uma característica nata. Por isso, antes de invocá-las é necessária tê-las. Salvo estas raras exceções, é necessário destacar a serenidade com que a maioria dos candidatos se comportou nos programas do rádio, buscando levar propostas e não somente trazer mazelas à tona para provocar sensacionalismo. Que no domingo vençam os melhores, ou quem o povo achar que é melhor.