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25/08/2009 16:56
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Yeda anuncia novo piso, mas professores reclamam

A governadora Yeda Crusius assinou terça-feira um projeto de lei que institui o piso salarial de R$ 950,00 para jornada de 40 horas semanais ao magistério estadual. Ela enfatizou que sempre foi a favor do piso proposto pelo governo federal. A iniciativa, conforme acrescentou a governadora, antecipa o piso que o Estado já havia se comprometido a pagar em 2009. Estão incluídos no projeto encaminhado à Assembléia Legislativa os inativos, pensionistas e as pensões vitalícias.
Mas a novidade não foi bem aceita pelos professores. Segundo Sadi Porto, conselheiro do Cpers, está é mais uma tentativa de enganar a comunidade gaúcha. “Certamente ela pensa que nós professores somos analfabetos. Neste projeto ela transforma o piso que é o salário inicial da categoria conforme lei nacional, em teto, ou seja, em salário máximo para os educadores. É uma afronta à nossa inteligência que ela queira deturpar uma lei nacional, justamente a governadora que aumentou o próprio salário em 147%. Ainda no mesmo projeto que deturpa a lei do piso, o governo já prevê a mudança do plano de carreira do magistério desvalorizando mais o educador gaúcho”, disse. Sadi salienta que o 18º núcleo do Cpers aprovou indicativo de greve na terça-feira (11), se a governadora não retirar o projeto, considerado estapafúrdio.
NEGOCIAÇÃO -  Durante assinatura do projeto a governadora reforçou  que o Estado está em permanente negociação com o magistério e que o governo busca melhorar a educação do Rio Grande do Sul através da informatização das escolas, da preparação de um novo concurso e da alfabetização de crianças aos seis anos: “O Estado continua a preparação dos professores para o maior embate que o mundo tem - a educação. A educação é o que faz com que um país tenha sustentabilidade no seu trajeto de desenvolvimento”.
Em 2009, o governo deve encaminhar uma proposta de novo plano de carreira e remuneração aos professores. Yeda também anunciou que os servidores da educação que fizeram paralisações em setembro e outubro não terão seus pontos cortados.
Sobre a ação direta de inconstitucionalidade enviada ao Supremo Tribunal Federal por seis governadores, Yeda explicou que o apoio ao piso salarial proposto pelo governo federal ficou explícito. “Fomos contrários apenas à mudança dos contratos com os professores”, esclareceu.
A secretária da Educação, Mariza Abreu, também salientou o reconhecimento do governo sobre a importância do piso salarial profissional do magistério público: “Este projeto é para acabar de vez com o mal-entendido de que o governo do Rio Grande do Sul é contra o piso para os professores. Somos favoráveis à instituição do piso salarial para o magistério e estamos reforçando nossa posição com o envio deste projeto de lei à Assembléia Legislativa, reajustando o valor para R$ 950,00”, afirmou.