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Geral 26/11/2021 09:25
Por: Redação

Programa A União faz a Vida também se reinventa na pandemia

Desenvolvido em parceria entre Sicredi e secretaria de Educação, programa possibilita experiência única, com repercussão nas comunidades

Vivenciar os princípios do cooperativismo, interagindo de forma positiva com a comunidade na qual a escola está inserida, identificando suas necessidades e contribuindo para amenizá-las através de ações. Este é, entre diversos outros, um dos principais objetivos de uma cooperativa escolar, e uma parceria entre o Sicredi e a secretaria municipal de Educação de Candelária possibilita, desde 2014, a oportunidade de colocar tais princípios em prática. Observar os frutos dessa parceria, através do trabalho dessas cooperativas, bem como o enriquecimento que elas trazem tanto aos alunos como às suas comunidades, se tornou possível através do programa A União Faz a Vida. De acordo com a coordenadora do programa em Candelária, Eliandra Behling, a participação dos estudantes nessas cooperativas constitui “uma experiência única, que proporciona o desenvolvimento das habilidades e competências essenciais para a formação de cidadãos mais responsáveis, cooperativos e autônomos”.

Ao longo da pandemia da covid-19, as atividades das cooperativas tiveram que ser adaptadas para cumprir os protocolos necessários para a prevenção da doença. Em razão disso, foram criadas novas normas, tais como entrega presencial de material impresso uma vez ao mês, criação e manutenção de grupos no whatsapp, acesso a aplicativos específicos para compartilhar atividades e, acima de tudo, sensibilização para a participação e cooperação dos familiares dos estudantes associados. Com o reconhecimento da OCERGS, as cooperativas escolares desenvolvem suas funções através de uma diretoria e de um conselho fiscal. Já os estudantes associados se reúnem em encontros extraclasse a fim de estudar, observar, trocar ideias, refletir e decidir sobre ações que passam a ser desenvolvidas pelo grupo e que provoquem a melhoria da qualidade de vida de todos os envolvidos. Desse modo, os estudantes são incentivados a serem os protagonistas de seu próprio desenvolvimento, bem como de suas vidas.

Além desses fatos, através do desenvolvimento de projetos, os estudantes associados na cooperativa escolar têm a oportunidade de se organizar e exercitar os princípios do cooperativismo interagindo de forma positiva em sua comunidade, cooperando na criação de soluções a partir da constatação de problemas locais e contribuindo para uma melhor qualidade de vida na sua comunidade. As cinco cooperativas escolares de Candelária, desenvolvidas por escolas de ensino fundamental, são uma prova expressiva das múltiplas possibilidades do A União faz a Vida de agregar conteúdo, vivência, oportunidade e sensibilidade ao aprendizado.

Exemplo disso é a Coopersalle, cooperativa da EMEF São João Batista de La Salle. Tendo como professora orientadora Andréa Dórea Huwe e criada em 2015, a Coopersalle mantém seu funcionamento junto à sua comunidade escolar. Tendo atualmente 17 alunos associados, a cooperativa se organiza através de encontros semanais e também participando de estudos e oficinas de aprendizagem. Enquanto vigoravam as restrições mais rigorosas da pandemia, os encontros aconteceram de forma híbrida, usando múltiplos meios de comunicação e aprendizagem. A pandemia levou a cooperativa a adaptar-se às necessidades locais e à realidade da própria covid-19. Tendo isso em vista, foi criado um “brechó do calor humano”, aberto à comunidade local, além de outras ações.

Também orientada pela professora Andréa Huwe, a Cooesp, da EMEF São Paulo, possui 32 estudantes associados que se dividem em cargos e funções diversas. Da mesma maneira que as outras, a cooperativa foi levada, em função da pandemia, a reinventar-se de acordo com as necessidades. Após intensos questionamentos, pesquisas e estudos, desenvolve atualmente as oficinas Ecopapelaria e Ecomadeiras, além de projetos sociais em parcerias cooperativas.

Por sua vez, a Cooper Arte & Manha, cooperativa da EMEF Christiano Affonso Graeff, surgiu em 2018, tendo como objetivo desenvolver e aprimorar a arte cênica. Movidos pelo idealismo e pela paixão da professora Lilian Schünke, em parceria com a voluntária Lisandra Schünke, foram apresentadas peças infantis e intervenções artísticas na própria escola, além do musical “Chapeuzinho Vermelho” e “Astrogildo, o urubu vegetariano”. Da mesma forma, a Arte & Manha também teve suas atividades comprometidas em razão da pandemia. Atualmente, está retomando as atividades, seguindo as determinações dos protocolos.  

Já a Cooperarte, desenvolvida na EMEF Adão Jaime Porto, conta com 23 alunos associados e é orientada pela professora Nadia Alvez. Tem como objeto de aprendizagem o sal temperado, produzido com os ingredientes obtidos na horta e na comunidade escolar. Os encontros semanais contam com a presença de apenas seis ou sete alunos, respeitando os cuidados de prevenção da covid-19. Na EMEF Percílio Joaquim da Silveira funciona a Cooepe, fundada em 2015. Desde então, houve a oportunidade de desenvolver diversos projetos cooperativos e ambientais em sua localidade, envolvendo e unindo as localidades atendidas pela escola. Neste ano de 2021, a Cooepe está sob a orientação do professor Elias Vandi Gonçalves, e deve reestruturar seus espaços e possibilidades. Foi nessa cooperativa que brotou a eloquente frase: “Aqui o cooperativismo bate em nossos corações”.