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Um pacto familiar pela preservao
Em 1980 o mundo não estava tão atento às questões ambientais como atualmente. A mentalidade de quem trabalhava na terra era bem diferente, tendo em vista a realidade daqueles tempos. Em 1980 ainda não havia sido criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que é a principal autarquia de defesa do meio ambiente no Brasil e que surgiu só em 22 de fevereiro de 1989. No ano de 1980 apenas cinco das 17 leis ambientais mais importantes atualmente existiam. Há 28 anos, o Greenpeace, principal ONG ambientalista do mundo, nem sonhava em vir para o Brasil, o que foi ocorrer só em 1992.
Mas em 1980, em Candelária, na localidade de Linha Palmeira, já existia um homem que estava à frente de seu tempo e já pensava na preservação. Waldemar Gustavo Böck, já falecido, deixou um legado para sua família e uma exemplo a ser seguido. Böck fez um pacto com sua família de preservar uma área de mata nativa por cinco gerações.
O bosque ocupa cerca de cinco hectares da propriedade de 110 hectares e tem como destaque uma figueira de aproximadamente 40 metros de altura. A árvore, segundo o professor de biologia da Unisc, Jair Putzke, pode ter mais de 500 anos de vida. “Mesmo sem fazer uma analise no local, podemos estipular que uma árvore deste porte seja muito antiga”, completou. A iniciativa do agricultor foi registrada na época através de uma placa, colocada em uma figueira de mais de 30 metros de altura e que se destaca entre as árvores do bosque. A placa contém a seguinte inscrição: “Até a quinta geração preservar este bosque. A cada árvore retirada ou caída multiplicar por 15 plantadas. Julho 1980”.
Segundo Carlos Waldemar Böck, filho de Waldemar, seu pai sempre teve a preocupação de preservação e a idéia do pacto, foi apenas comunicada aos filhos. “Ele comunicou que faria o pacto e todos concordaram com a idéia”, disse Carlos. Lembrou ainda que seu pai plantou centenas de árvores no local. “Ele trazia mudas de árvores nativas que não tinham no bosque e plantava, quando conseguia sementes, fazia as mudas. Até palmito, que era difícil conseguir, ele plantou no bosque e hoje estão com mais de 20 metros de altura”, contou.
Carlos diz que hoje analisando a idéia do seu pai, nota que ele estava à frente de seu tempo. “Naquela época ninguém se importava com preservação, quem tinha mato desmatava e pronto. Não existia nem controle do governo”, lembrou.
Bosque dos Böck tem dezenas de espécies
O bosque da família Böck tem cerca de cinco hectares e dezenas de espécies de árvores, Segundo Carlos Böck nunca foi catalogada a quantidades de árvores e também o número de espécies existentes no local. Podem-se encontrar no local árvores como ipê-roxo, palmito, canafístula, canjirana, cedro, caroba e araçá, além de aves de várias espécies.
A reserva fica na margem de um grande lago em uma propriedade de paisagem exuberante. O conjunto de mata e lago dá uma amostra de como era a região há muito anos atrás. Carlos também mantém outra área de mata preservada, que fica próximo de uma sanga, distante do bosque. “Não temos intenção de modificar este bosque, queremos ele como está por muito tempo”, finalizou.
No dia em que foi colocada a placa do pacto na antiga figueira, oficializando a iniciativa, rádios da região fizeram a cobertura do evento. Que contou com discursos de Waldemar Böck e presença de pessoas importantes.
Segundo o professor Jair Putzke, um espaço como esse é de grande importância, principalmente para as novas gerações, que não terão pouca chance de conhecer espaços como estes. Além disso, é muito importante que as crianças tenha contato com o mato, pois é nele que elas vão adquirir anticorpos para se proteger das doenças. “Quanto mais tempo uma criança freqüentar uma mata, melhor será sua saúde na idade adulta”, completou.
Importante
Carlos Böck lembra que naquela época ninguém se importava com preservação. "Quem tinha mato desmatava e pronto. Não existia nem controle do governo”, lembrou.
Carlos vê vantagem em manter uma área preservada na propriedade. Ele também trabalha com apicultura e as abelhas ficam protegidas no bosque e integradas ao meio. “Como temos lavouras de soja, elas ajudam na polinização, fazendo seu trabalho natural. Certamente, se não houvesse o bosque haveria um desequilíbrio”, destacou. Na propriedade Carlos Böck trabalha principalmente com soja, arroz e pecuária. E na sua avaliação manter uma área preservada é totalmente viável. “Não existe motivo do produtor cortar toda a mata nativa porque tem áreas na propriedade que não são viáveis para produzir, então só é preciso boa vontade para fazer uma área de preservação. O exemplo do meu pai deve ser seguido por outro agricultores, pois as gerações futuras não conhecerão certas espécies de árvores e animais se não fizermos isso agora!”, completou
Mas em 1980, em Candelária, na localidade de Linha Palmeira, já existia um homem que estava à frente de seu tempo e já pensava na preservação. Waldemar Gustavo Böck, já falecido, deixou um legado para sua família e uma exemplo a ser seguido. Böck fez um pacto com sua família de preservar uma área de mata nativa por cinco gerações.
O bosque ocupa cerca de cinco hectares da propriedade de 110 hectares e tem como destaque uma figueira de aproximadamente 40 metros de altura. A árvore, segundo o professor de biologia da Unisc, Jair Putzke, pode ter mais de 500 anos de vida. “Mesmo sem fazer uma analise no local, podemos estipular que uma árvore deste porte seja muito antiga”, completou. A iniciativa do agricultor foi registrada na época através de uma placa, colocada em uma figueira de mais de 30 metros de altura e que se destaca entre as árvores do bosque. A placa contém a seguinte inscrição: “Até a quinta geração preservar este bosque. A cada árvore retirada ou caída multiplicar por 15 plantadas. Julho 1980”.
Segundo Carlos Waldemar Böck, filho de Waldemar, seu pai sempre teve a preocupação de preservação e a idéia do pacto, foi apenas comunicada aos filhos. “Ele comunicou que faria o pacto e todos concordaram com a idéia”, disse Carlos. Lembrou ainda que seu pai plantou centenas de árvores no local. “Ele trazia mudas de árvores nativas que não tinham no bosque e plantava, quando conseguia sementes, fazia as mudas. Até palmito, que era difícil conseguir, ele plantou no bosque e hoje estão com mais de 20 metros de altura”, contou.
Carlos diz que hoje analisando a idéia do seu pai, nota que ele estava à frente de seu tempo. “Naquela época ninguém se importava com preservação, quem tinha mato desmatava e pronto. Não existia nem controle do governo”, lembrou.
Bosque dos Böck tem dezenas de espécies
O bosque da família Böck tem cerca de cinco hectares e dezenas de espécies de árvores, Segundo Carlos Böck nunca foi catalogada a quantidades de árvores e também o número de espécies existentes no local. Podem-se encontrar no local árvores como ipê-roxo, palmito, canafístula, canjirana, cedro, caroba e araçá, além de aves de várias espécies.
A reserva fica na margem de um grande lago em uma propriedade de paisagem exuberante. O conjunto de mata e lago dá uma amostra de como era a região há muito anos atrás. Carlos também mantém outra área de mata preservada, que fica próximo de uma sanga, distante do bosque. “Não temos intenção de modificar este bosque, queremos ele como está por muito tempo”, finalizou.
No dia em que foi colocada a placa do pacto na antiga figueira, oficializando a iniciativa, rádios da região fizeram a cobertura do evento. Que contou com discursos de Waldemar Böck e presença de pessoas importantes.
Segundo o professor Jair Putzke, um espaço como esse é de grande importância, principalmente para as novas gerações, que não terão pouca chance de conhecer espaços como estes. Além disso, é muito importante que as crianças tenha contato com o mato, pois é nele que elas vão adquirir anticorpos para se proteger das doenças. “Quanto mais tempo uma criança freqüentar uma mata, melhor será sua saúde na idade adulta”, completou.
Importante
Carlos Böck lembra que naquela época ninguém se importava com preservação. "Quem tinha mato desmatava e pronto. Não existia nem controle do governo”, lembrou.
Carlos vê vantagem em manter uma área preservada na propriedade. Ele também trabalha com apicultura e as abelhas ficam protegidas no bosque e integradas ao meio. “Como temos lavouras de soja, elas ajudam na polinização, fazendo seu trabalho natural. Certamente, se não houvesse o bosque haveria um desequilíbrio”, destacou. Na propriedade Carlos Böck trabalha principalmente com soja, arroz e pecuária. E na sua avaliação manter uma área preservada é totalmente viável. “Não existe motivo do produtor cortar toda a mata nativa porque tem áreas na propriedade que não são viáveis para produzir, então só é preciso boa vontade para fazer uma área de preservação. O exemplo do meu pai deve ser seguido por outro agricultores, pois as gerações futuras não conhecerão certas espécies de árvores e animais se não fizermos isso agora!”, completou