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25/08/2009 16:56
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A sade em sinal de alerta

Ainda não foram encontradas evidências epidemiológicas e laboratoriais da presença da febre amarela em Candelária. Durante a semana técnicos da Secretaria Estadual de Saúde estiveram no município para investigar possíveis indícios da doença. A ação faz parte da investigação da morte da jovem Ana Paula da Silva Vargas, de 14 anos, que faleceu no Hospital Santa Cruz (HSC), na última sexta-feira. Um dos sintomas da vítima foi a febre hemorrágica, que pode ser causada pela febre amarela, leptospirose ou hantavírus. Embora a possibilidade de febre amarela esteja assustando a comunidade, a secretaria municipal de Saúde (SMS), acredita que a o caso seja de leptospirose, doença que já atingiu quatro pessoas no interior. Estes pacientes receberam tratamento e não correm risco de morte.
A suspeita da doença fez parte da população de Candelária ficar assustada e correu ao Posto de Saúde Central para se vacinar. A SMS havia recebido 150 doses da vacina contra febre amarela para pessoas que iriam viajar para locais de risco e todas já foram utilizadas. Segundo o secretário Municipal de Saúde, Aristides Feistler, a população não precisa se preocupar, pois ainda não há indicio da doença em Candelária.  “As pessoas precisam fica tranqüilas, no nosso município nunca houve casos de febre amarela, inclusive nos anos 60, quando a doença ocorreu em quase todo o estado”, destacou.
Feistler explica que a causa da morte da jovem só será descoberta depois que o laudo dos exames ficarem prontos. Amostras de sangue da jovem foram enviadas para laboratórios em São Paulo e Paraná e devem retornar em até duas semanas. “Só depois de diagnosticar a causa da morte poderemos saber que atitudes tomar”, destacou.

INVESTIGAÇÃO - Técnicos da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) fizeram quarta-feira uma busca na localidade de Costa do Rio, nas proximidades da casa de Ana Paula, para localizar indícios da doença. O objetivo era capturar mosquitos e verificar a existência de bugios mortos. Os insetos do gênero Haemagogus, ao picar primatas contaminados, podem transmitir a doença aos homens. Os técnicos permaneceram duas horas na região e não localizaram nenhuma pista. Nos próximos dias eles pretendem retornar ao local em busca de novas evidências.

Importante
Conforme o Secretário Municipal de Saúde, Aristides Feistler, pessoas que irão viajar para as áreas de risco poderão se vacinar no Centro de Atendimento Materno-Infantil (Cemai), em Santa Cruz do Sul. A vacina deve ser tomada pelo menos dez dias antes de se ter contato com as áreas contaminadas.
No Rio Grande do Sul os alertas quanto à febre amarela vêm sendo reforçados. Até agora já foram confirmadas duas mortes e pelo menos 110 cidades foram consideradas de risco.
A região Centro-Serra também já começou a investigar algumas suspeitas. A morte de bugios nos municípios de Salto do Jacuí, Jacuizinho, Tunas e Estrela Velha teria 95% de chances de ter ocorrido por causa da doença. Em Candelária não existe registro de morte de bugios.

Saiba mais
Representantes dos 111 municípios da área de risco se reuniram em Santa Maria para discutir estratégias de ação. Conforme o Centro Estadual de Vigilância Sanitária (Cevs), mais de um quarto do Rio Grande do Sul já é alvo do surto de febre amarela, que já teria matado duas pessoas. A suspeita é que contraíram a doença em Santo Ângelo e Pirapó. O Cevs informou que, caso seja confirmada a existência da doença, a secretaria estadual da Saúde vai colocar vacinas à disposição da população.
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), gravidade variável, causada pelo vírus da febre amarela, que ocorre na América do Sul e na África. Os sintomas são: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina).