Por:
A opo pelos cabritos
Embora o comércio não seja regular, o rebanho de cabritos está praticamente formado em Candelária. A atividade, que incrementa a renda dos produtores, é vista como um campo em expansão. Estatísticas mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - 2007) apontam que o plantel do município é formado por aproximadamente 548 animais, aptos à produção de carne e de leite.
A terceira reportagem da série “Riquezas da Nossa Terra” publicada hoje pela Folha destaca outra possibilidade de diversificação das propriedades. Nas duas primeiras edições, o leitor conferiu que o interior mantém expressiva criação de bovinos de leite e de corte, a qual movimenta uma parcela significativa da economia local. O leite abastece basicamente duas grandes empresas de laticínios do Vale do Rio Pardo e Taquari enquanto que a carne é destinada ao mercado regional. Dados da Inspetoria Veterinária de Candelária revelam que o rebanho é dividido em gado de leite (1.400 cabeças), de corte (33.785) e de tração (5.000). A atividade, portanto, pode incrementar a renda ou servir de alternativa àqueles produtores que buscam novos investimentos.
A caprinocultura ainda é recente em Candelária. Atualmente, o mercado não é regular e o rebanho é considerado pequeno - pouco mais de 500 animais, segundo levantamento do IBGE. O incentivo à criação ganhou impulso a partir de 1998, quando começaram a ser liberadas as linhas de financiamento do Pronaf Investimento. Desde então, os produtores enquadrados no programa podem acessar recursos para construir as instalações e adquirir matrizes de pequeno e médio porte. O investimento inicial é considerado oneroso, visto que a formação do plantel exige no mínimo um reprodutor, avaliado em torno de R$ 1.000,00.
Este foi o valor pago pelo criador e bancário Evandro Marcos Kappke, de Linha Facão, que está na atividade desde 2007. No caso dele, o investimento foi feito com recursos próprios, já que as linhas de crédito podem ser acessadas apenas por agricultores. Em entrevista à reportagem da Folha, ele conta que ingressou na atividade por hobby, depois de assumir uma propriedade de 9,6 hectares, no Km 132, da RSC 287, a 500 metros do posto do pedágio (no sentido Candelária - Santa Cruz). Em parceria com o pai, Gelson Kappke, ele mantém um rebanho de 14 animais (um reprodutor, nove fêmeas e quatro filhotes). “Tem que ter capital de giro para iniciar o negócio. Uma cabrita de boa qualidade e boa genética custa, em média, R$ 400,00”, afirma.
Para Evandro, a caprinocultura surgiu como forma de incrementar a renda na propriedade. A experiência que ele obteve como extensionista da Emater, por durante sete anos, em Fontoura Xavier, também foi importante para definir o investimento. “Já sabia da importância da diversificação e optei por algo que fosse compatível com minha atividade. O mercado está em expansão; é uma excelente oportunidade tanto para venda de carne quanto de leite”, destaca. Em Candelária, segundo ele, os criadores estão mais focados na produção de carne. “É uma carne muito boa para o consumo e pode ser utilizada em churrasco ou em pratos mais requintados. Além disso, não é gordurosa porque possui baixo teor de colesterol”, resume. Atualmente, o quilo é comercializado entre R$ 12,00 e R$ 15,00.
CONSUMO - Na avaliação de Kappke, para aumentar o consumo seria necessário reduzir o valor cobrado pelo quilo. “Acredito que R$ 8,00 ou R$ 9,00 seria um bom preço e estimularia a compra na região”, avalia. Ele acredita que o consumidor que está acostumado a comprar outras carnes mais baratas e, igualmente saborosas, não vai pagar a mais por um produto que não conhece. De acordo com Kap-pke, entre as raças que se destacam na região está a Boer (produz maior quantidade de carne); a Saney (produz maior quantidade de leite); e a Anglo nubiana (produz carne e leite na mesma quantidade). O predomínio, no entanto, é de caprinos mestiços - sem raça definida, que não apresentam rendimento satisfatório de carne. “O cabrito de boa qualidade produz entre 12 e 15 quilos de carne”, acrescenta.
Rendimento a médio prazo
Para obter retorno financeiro imediato na caprinocultura, o produtor precisa investir uma alta quantia no negócio. No caso do criador Evandro Marcos Kappke, de Linha Facão, a atividade ainda está na fase inicial. “Primeiro vou estruturar bem a propriedade para depois fazer algum investimento”, garante.
Conforme ele, o resultado surge a médio prazo. “Não é de uma hora pra outra. Tem que ter persistência para seguir no negócio porque leva de dois a três anos para se ter retorno”, explica. Os animais podem ser abatidos, em média, com seis a oito meses de idade. Quanto à reprodução, Kappke relata que os filhotes levam de cinco a seis meses para nascer. A venda, ainda esporádica, é feita diretamente entre produtor e consumidor.
PROPRIEDADE - Diferente dos bovinos, os caprinos são mais seletos na alimentação e são mantidos basicamente com arbustos, forrageiras ou grama - as mais comuns são a Tifton e a Hermátria, que tem maior teor de proteína. Quanto ao ambiente, é necessário um local enxuto e limpo. “Isto evita as doenças de casco, que são comuns entre os caprinos”, destaca Kappke. De acordo com o inspetor veterinário Glênio Pereira, as infecções respiratórias e as verminoses também podem ser evitadas quando o local é bem arejado. Além da Linha Facão, outras localidades mantêm a atividade. A relação, no entanto, não será divulgada para evitar o esquecimento de alguma propriedade.
A terceira reportagem da série “Riquezas da Nossa Terra” publicada hoje pela Folha destaca outra possibilidade de diversificação das propriedades. Nas duas primeiras edições, o leitor conferiu que o interior mantém expressiva criação de bovinos de leite e de corte, a qual movimenta uma parcela significativa da economia local. O leite abastece basicamente duas grandes empresas de laticínios do Vale do Rio Pardo e Taquari enquanto que a carne é destinada ao mercado regional. Dados da Inspetoria Veterinária de Candelária revelam que o rebanho é dividido em gado de leite (1.400 cabeças), de corte (33.785) e de tração (5.000). A atividade, portanto, pode incrementar a renda ou servir de alternativa àqueles produtores que buscam novos investimentos.
A caprinocultura ainda é recente em Candelária. Atualmente, o mercado não é regular e o rebanho é considerado pequeno - pouco mais de 500 animais, segundo levantamento do IBGE. O incentivo à criação ganhou impulso a partir de 1998, quando começaram a ser liberadas as linhas de financiamento do Pronaf Investimento. Desde então, os produtores enquadrados no programa podem acessar recursos para construir as instalações e adquirir matrizes de pequeno e médio porte. O investimento inicial é considerado oneroso, visto que a formação do plantel exige no mínimo um reprodutor, avaliado em torno de R$ 1.000,00.
Este foi o valor pago pelo criador e bancário Evandro Marcos Kappke, de Linha Facão, que está na atividade desde 2007. No caso dele, o investimento foi feito com recursos próprios, já que as linhas de crédito podem ser acessadas apenas por agricultores. Em entrevista à reportagem da Folha, ele conta que ingressou na atividade por hobby, depois de assumir uma propriedade de 9,6 hectares, no Km 132, da RSC 287, a 500 metros do posto do pedágio (no sentido Candelária - Santa Cruz). Em parceria com o pai, Gelson Kappke, ele mantém um rebanho de 14 animais (um reprodutor, nove fêmeas e quatro filhotes). “Tem que ter capital de giro para iniciar o negócio. Uma cabrita de boa qualidade e boa genética custa, em média, R$ 400,00”, afirma.
Para Evandro, a caprinocultura surgiu como forma de incrementar a renda na propriedade. A experiência que ele obteve como extensionista da Emater, por durante sete anos, em Fontoura Xavier, também foi importante para definir o investimento. “Já sabia da importância da diversificação e optei por algo que fosse compatível com minha atividade. O mercado está em expansão; é uma excelente oportunidade tanto para venda de carne quanto de leite”, destaca. Em Candelária, segundo ele, os criadores estão mais focados na produção de carne. “É uma carne muito boa para o consumo e pode ser utilizada em churrasco ou em pratos mais requintados. Além disso, não é gordurosa porque possui baixo teor de colesterol”, resume. Atualmente, o quilo é comercializado entre R$ 12,00 e R$ 15,00.
CONSUMO - Na avaliação de Kappke, para aumentar o consumo seria necessário reduzir o valor cobrado pelo quilo. “Acredito que R$ 8,00 ou R$ 9,00 seria um bom preço e estimularia a compra na região”, avalia. Ele acredita que o consumidor que está acostumado a comprar outras carnes mais baratas e, igualmente saborosas, não vai pagar a mais por um produto que não conhece. De acordo com Kap-pke, entre as raças que se destacam na região está a Boer (produz maior quantidade de carne); a Saney (produz maior quantidade de leite); e a Anglo nubiana (produz carne e leite na mesma quantidade). O predomínio, no entanto, é de caprinos mestiços - sem raça definida, que não apresentam rendimento satisfatório de carne. “O cabrito de boa qualidade produz entre 12 e 15 quilos de carne”, acrescenta.
Rendimento a médio prazo
Para obter retorno financeiro imediato na caprinocultura, o produtor precisa investir uma alta quantia no negócio. No caso do criador Evandro Marcos Kappke, de Linha Facão, a atividade ainda está na fase inicial. “Primeiro vou estruturar bem a propriedade para depois fazer algum investimento”, garante.
Conforme ele, o resultado surge a médio prazo. “Não é de uma hora pra outra. Tem que ter persistência para seguir no negócio porque leva de dois a três anos para se ter retorno”, explica. Os animais podem ser abatidos, em média, com seis a oito meses de idade. Quanto à reprodução, Kappke relata que os filhotes levam de cinco a seis meses para nascer. A venda, ainda esporádica, é feita diretamente entre produtor e consumidor.
PROPRIEDADE - Diferente dos bovinos, os caprinos são mais seletos na alimentação e são mantidos basicamente com arbustos, forrageiras ou grama - as mais comuns são a Tifton e a Hermátria, que tem maior teor de proteína. Quanto ao ambiente, é necessário um local enxuto e limpo. “Isto evita as doenças de casco, que são comuns entre os caprinos”, destaca Kappke. De acordo com o inspetor veterinário Glênio Pereira, as infecções respiratórias e as verminoses também podem ser evitadas quando o local é bem arejado. Além da Linha Facão, outras localidades mantêm a atividade. A relação, no entanto, não será divulgada para evitar o esquecimento de alguma propriedade.