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25/08/2009 16:56
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23 anos de trabalho srio e persistente

“Quando viemos para Candelária, há 23 anos, as pessoas nos chamavam de loucos. Hoje, olhando para trás, temos orgulho do nosso trabalho e nos sentimos daqui”. Com esta frase a diretora da Folha, Rosa Nilse Mallmann, recorda da época em que a empresa foi fundada. Originária de Venâncio Aires, a família Mallmann decidiu investir no município pouco depois do fechamento de dois jornais. “No começo as pessoas imaginavam que não iria dar certo; achavam que iríamos desistir como os outros”, completa.
A vinda para Candelária foi acertada em conversas entre o fundador Roque Mallmann, o padre Alfredo Lenz e o advogado Rui Olavo Becker, que eram amigos de longa data. O fato de Marco Mallmann, o “filho do meio” de Rosa e Roque, ter se formado em Jornalismo, em 1985, também culminou para a abertura do negócio. Feitos alguns contatos, pouco depois, em 18 de março de 1896, era fundada a Folha de Candelária. A inauguração oficial do novo empreendimento foi marcada por um jantar, no dia seguinte. “Naquela ocasião, vendemos 50 assinaturas entre as pessoas que participaram”, lembra Rosa Nilse.  Pouco antes do lançamento, segundo ela, alguns moradores como Renato Maas, da Linha Palmeira, que acreditaram no trabalho, fizeram uma assinatura de imediato.
Foram tempos difíceis, mas de muita perseverança. As atividades iniciaram numa sala alugada da Avenida Marechal Deodoro, onde hoje funciona a Unimed. “O telefone também foi alugado e a máquina fotográfica era emprestada pelo Romeu Karnopp, que nos trazia as fotos tarde da noite porque os filmes precisavam ser revelados”, conta. Rosa acrescenta que nos primeiros dois meses a família não encontrou casa para alugar na cidade. “O Marco, o Luciano (o filho mais novo) e o Flávio Costa, que foi o primeiro jornalista contratado, dormiam na redação. Eu e o Roque alugamos um quarto de pensão. Só depois é que conseguimos um imóvel”.
Outra dificuldade era contratar vendedores - para anúncios e assinaturas - e entregadores. Rosa destaca que apesar disso, a Folha teve o auxílio de vários colaboradores na época, como Lázio Heinze (funcionário do Restaurante Dona Tereza), que entregava jornais e vendia assinaturas, e Lúcia Steil, que igualmente fazia algumas entregas. Cristine Lersch, que mais tarde casou com Marco, também era colaboradora e fazia desenhos para ilustrar os anúncios. O filho mais velho da família, Jorge Mallmann, foi o último a vir para Candelária. Advogado formado, ele abriu escritório na cidade em novembro de 1986, juntamente com Ângelo Savi, e ajudava na redação. Anos mais tarde, em 1991, com a morte do pai, Roque, ele assumiu a gerência da Folha.
Esta, prossegue Rosa, foi a primeira perda da empresa. A segunda veio com a morte trágica de Marco, que era considerado o “esteio” da Folha. “Todo mundo achou que o jornal ia fechar porque o Marco era a “referência” da Folha; era muito querido pela comunidade”, destaca. “Chegamos até receber propostas para vender o jornal, mas jamais desistimos porque este era o sonho do Marco”, conclui. A partir de então, Jorge assumiu integralmente a Folha e fechou o escritório de advocacia. Ele, juntamente, com Rosa, o irmão Luciano e os repórteres Fausto Wagner e Dirlene Rodrigues deram seguimento ao negócio.

TECNOLOGIA - Foi em 1991 que a Folha começou a mudar o seu layout com a compra de um computador e com o surgimento de novos equipamentos. Até então, conforme a diretora Rosa Nilse Mallmann, os textos eram datilografados numa máquina de escrever, reescritos em outro equipamento e, só então, montados nas páginas. “Os textos eram recortados e colados”, conta. Hoje, no entanto, isso é feito através de um programa de computador, que torna o trabalho mais preciso e ágil. Os primeiros exemplares eram encaminhados à gráfica Treze de Maio, em Venâncio, de ônibus porque não se disponibilizava de internet para mandar o material via e-mail.
A Folha iniciou com uma tiragem de 500 exemplares. Hoje são impressos 2.700 jornais. Ao todo, são 2.300 assinantes distribuídos em Candelária, Cerro Branco, Novo Cabrais, Cortado, e outros municípios de fora. A circulação que era semanal, sempre às sextas-feiras, também aumentou a partir de 1999, para bissemanal. Hoje, o jornal circula também nas terças.

REGIÃO - A credibilidade que a Folha conquistou ao longo destes 23 anos é reconhecida também pelos municípios vizinhos. Prova disso foi a inserção da empresa em Cerro Branco e Novo Cabrais. Hoje são 250 assinantes em Cerro Branco e 265 em Novo Cabrais e Cortado. A representação que o jornal possui nestes municípios, na avaliação de Rosa, também é fundamental para o bom andamento dos negócios. “O João Levindo Böer, o Marcelo Beskow e o Juarez Cerentini que atendem (respectivamente) os municípios são colaboradores importantes”, ressalta.
Nos últimos cinco anos, a convite do prefeito Lauro Mainardi, Jorge Mallmann assumiu a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Cultural e, desde então, a Folha é administrada pela diretora Rosa Nilse, que tem como braços direitos a funcionária Odete Jochims, que está na empresa desde junho de 1986, e o repórter Luís Roberto Alves, que assumiu como editor-chefe em 2006.

CURIOSIDADES - Ainda no primeiro ano de atividades, em 1986, Rosa Nilse recorda que uma edição teve que ser impressa sem nenhuma foto porque o negativo foi perdido e não pode ser revelado. Em 1987, durante as conversas informais, surgiu a idéia de fazer um evento específico para o verão na Prainha Carlos Larger. Foi então que iniciou a Musa do Sol, hoje um dos maiores concursos de beleza do Estado. “Nas edições de Natal, sempre vinham dois amigos do Marco para ajudar nos anúncios e, numa oportunidade, surgiu o assunto de realizar um evento no verão”, conta Rosa Nilse. Ela atribui o apoio recebido da comunidade à conduta séria adotada por Marco Mallmann nos anos que esteve frente à redação. Também credita o crescimento da empresa ao trabalho persistente de todos os funcionários e colaboradores que primam, sempre, pela ética e pela seriedade no desempenho de suas funções.