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As riquezas do nosso futebol - captulo IV
O picada Escura, de Picada Escura
Uma jornada a Venâncio Aires e a idéia de se fundar um time de futebol. Assim começa a história do surgimento do Esporte Clube Picada Escura, situado na localidade de Picada Escura, na região do campo de Candelária. Quem conta sobre a equipe é o agricultor aposentado Plínio Alves dos Santos, hoje com 66 anos de idade. O agricultor relata que no ano de 1958 foi residir no município de Venâncio Aires para plantar arroz. “Na época tinha alguns trabalhadores que gostavam de jogar futebol aos finais de tarde. Logo quando eu cheguei eles me convidaram para jogar e passei a gostar da modalidade”, conta. Santos ficou aproximadamente um ano em Venâncio, retornando em 1959. Com 16 anos, o jovem, juntamente com o pai, Juvenal Alves dos Santos (Seu Nena) e o irmão Darci Alves dos Santos, decidiram fundar na localidade de Picada Escura a equipe do Esporte Clube Picada Escura. “Percebi que já existiam alguns times na região e decidimos fundar o time na Picada Escura”, diz. O primeiro time foi formado com os seguintes membros: Joca, Plínio Alves, Darci Alves, Reni Butzke, Vilibaldo Barros, Assis Barros, Armindo Minks, Erci Coimbra, Arthur Ferreira, José Butzke, Sergio Porto entre outros. Plínio Alves foi também o treinador e presidente da equipe nos primeiros anos. O fundador lembra que as cores da equipe eram iguais ao Flamengo e com o passar do tempo, o Picada Escura passou a ter o apelido da famosa equipe rubro-negra. O fundador se recorda do primeiro amistoso da equipe que foi realizado contra o Independência, do Bom Retiro, no campo situado na propriedade de Reinaldo Butzke. “Na estréia, vencemos por 4x0, com dois gols meus e dois do Armindo”, lembra. No final de semana seguinte, a equipe retribuiu a visita e acabou sendo derrotada por 2x1 no Bom Retiro. A equipe rubro-negra da Picada Escura contava apenas com os jogadores da localidade e disputou amistosos contra o Gaúcho (Palmeira), Botucaraí, Pinheiro, Sarrazani (Faxinal dos Porto), Pedras Brancas (Rincão do Taquarussú), entre outros times da região.
NOME – Com o passar do tempo, o Picada Escura sempre disputava jogos e torneios aos finais de semana. No início da década de 70, a equipe mudou o local do campo, passando para a localidade de Capão Claro, na propriedade de Francisco Correa, e também trocando o nome da equipe de Picada Escura para Esporte Clube Nacional. As cores da agremiação também passaram a ser o vermelho e branco. “Apenas mudamos o campo e o nome, mas os atletas continuavam os mesmos”. Algum tempo depois, o Nacional disputou um campeonato organizado pelo Botucaraí e que foi disputado pelo alvi-rubro da Vila, Minuano (Vila Fátima) e Gaúcho (Linha Palmeira). Ao final, a agremiação da Picada Escura obteve o 2º lugar, sendo o Minuano o vencedor da competição. O aposentado lembra ainda dos atletas Sadi Cunha e Célio Cunha, que na sua opinião, foram alguns dos destaques, tanto do Picada Escura, como no Nacional. “O Sadi era bom zagueiro e o Célio era um definidor como poucos. Sabia chutar com os dois pés”, frisou.
MUNICIPAL – Plínio se recorda ainda que a equipe do Nacional disputou um campeonato municipal. O fundador não se recorda o ano, mas lembra ter enfrentado as equipes do América (Linha Boa Vista), Independência (Bom Retiro) e Gaúcho (Linha Travessão). A equipe da Picada Escura acabou sendo eliminada na primeira fase. Após esta participação, a equipe não disputou mais o certame, voltando a realizar somente amistosos. Na década de 80, Plínio veio residir com a família na cidade e outras pessoas passaram a administrar a equipe que existiu até meados da década de 90. O fundador lembra com carinho das grandes partidas de futebol disputadas na localidade. “Naquela época era bonito de ver como as pessoas gostavam do futebol, como envolvia a comunidade. Era um tempo bom que não volta mais”, finalizou.
Na foto que ilustra a matéria, uma das formações do E.C. Picada Escura: Joca, Cássio Barros, Ivo Vargas, Sergio Porto, Zauri da Silva e Sadi Cunha. Agachados: Civo, Darci Alves dos Santos, Plínio Alves dos Santos, Nicolau Vargas e Reni Butzke.
O Canarinho, da Rebentona
Década de 60. Uma época marcada por vários acontecimentos políticos como a campanha da legalidade em favor da posse do vice-presidente João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros em 1961. Outro importante acontecimento na área política foi o golpe militar de 64 que destituiu João Goulart da presidência da república, se iniciando a ditadura militar. Os anos 60 também marcaram o surgimento na música dos Beatles na Inglaterra e da Bossa Nova no Brasil. No futebol, a seleção brasileira conquista o bi-campeonao mundial em 1962 na Copa do Mundo disputada no Chile. Em meados desta década surge na localidade de Rebentona, interior de Candelária, a equipe de futebol do Esporte Clube Canarinho.
O agricultor Nivio Berle, mais conhecido por Chico, atualmente com 56 anos, é quem conta a história da agremiação. Segundo Chico, que atuou como lateral direito da equipe, o time começou a surgir em meados da década de 60 quando ele e os amigos começaram a jogar futebol aos domingos à tarde no campo situado na propriedade de Ronaldo Edgar Mueller. “Sempre juntava jogadores da Rebentona e do Faxinal de Dentro aos domingos e aos poucos, a idéia de se formar o time foi se materializando”, lembra. Os amigos então decidiram criar o time e escolheram o nome de Canarinho, que foi aceito por todos. Enio Muller foi eleito o 1º presidente da equipe. Nos primeiros anos, a equipe tinha o uniforme branco com detalhes em verde, passando depois para o uniforme amarelo. A agremiação disputava amistosos contra equipes do distrito de Vale do Sol, Vera Cruz e Candelária. “Sempre quando jogávamos na localidade de Coxilha do Mandell, em Vera Cruz, íamos de trator e reboque, pois a estrada era muito ruim. Perdi a conta de quantas vezes descíamos do reboque para empurrar o trator e o reboque, que ficavam atolados”, lembra. O ex-jogador se recorda dos torneios de futebol que a equipe disputava na época, em diversas localidades do interior dos três municípios. “No Faxinal, por exemplo, tinha os times do Clube 4s, Vitória e Brasil, que sempre organizavam torneios com uma média de oito a dez times participantes”, conta.
MUNICIPAIS – A equipe da Rebentona participou de alguns campeonatos municipais. Chico lembra que a agremiação disputou os primeiros certames na década de 70, não se recordando os anos. “Jogávamos apenas com os jogadores da região e nunca passamos da primeira fase”, recorda-se. Em 1983, a agremiação da Rebentona foi eliminada nas semifinais da categoria titulares para o Pinheiro, que decidiu o titulo com o Olarias. No ano de 1985, a equipe foi novamente eliminada após empate em 1x1 com o Minuano, que foi finalista daquele certame, derrotando na final o São Jorge. O técnico do Canarinho era José Carlos Braga, o popular Zezinho, que se recorda daquela eliminação. “Tinhamos um bom time, em condições de vencer o Minuano. Devido a uma péssima jornada da arbitragem, caímos fora naquela partida”. O time de 85 foi composto por Lauro Moura, Betinho, Aldemar, Cleo e Irguinho. Eloi, Peixe e Chiquinho. Odir, Jóia e Joel Pereira Nunes. O técnico da equipe era José Carlos Braga. Entre os reservas, o Canarinho, da Rebentona, sagrou-se campeão ao vencer o União, da Boa Vista, por 1x0, gol de Joel Pereira Nunes. A final dos reservas foi disputada em partida única no Estádio Darcy Martin. Zezinho destaca o oportunismo do centroavante Odir e a rapidez de Joel, na época com 17 anos. “Era um ataque forte, que intimidava os zagueiros”, lembra. A última participação em municipais aconteceu no ano de 1989, quando a equipe não obteve a classificação para as finais do certame. O Canarinho, da Rebentona, existiu até o início da década de 90. Chico Berle salienta que a juventude da localidade não quis levar o time adiante “Os que encabeçavam o time estavam mais veteranos e os jovens daqui preferiram outras opções de lazer”. Outro fator que levou a equipe a se dizimar foram os custos na disputa das competições. “Quando iniciamos, se jogava com amor a camisa, amor ao time. Depois que o dinheiro entrou no futebol amador, aquela magia acabou se terminando. Hoje não se vê mais aquele sentimento pelo time, pela localidade. Infelizmente isto não existe mais”, finalizou.
Uma jornada a Venâncio Aires e a idéia de se fundar um time de futebol. Assim começa a história do surgimento do Esporte Clube Picada Escura, situado na localidade de Picada Escura, na região do campo de Candelária. Quem conta sobre a equipe é o agricultor aposentado Plínio Alves dos Santos, hoje com 66 anos de idade. O agricultor relata que no ano de 1958 foi residir no município de Venâncio Aires para plantar arroz. “Na época tinha alguns trabalhadores que gostavam de jogar futebol aos finais de tarde. Logo quando eu cheguei eles me convidaram para jogar e passei a gostar da modalidade”, conta. Santos ficou aproximadamente um ano em Venâncio, retornando em 1959. Com 16 anos, o jovem, juntamente com o pai, Juvenal Alves dos Santos (Seu Nena) e o irmão Darci Alves dos Santos, decidiram fundar na localidade de Picada Escura a equipe do Esporte Clube Picada Escura. “Percebi que já existiam alguns times na região e decidimos fundar o time na Picada Escura”, diz. O primeiro time foi formado com os seguintes membros: Joca, Plínio Alves, Darci Alves, Reni Butzke, Vilibaldo Barros, Assis Barros, Armindo Minks, Erci Coimbra, Arthur Ferreira, José Butzke, Sergio Porto entre outros. Plínio Alves foi também o treinador e presidente da equipe nos primeiros anos. O fundador lembra que as cores da equipe eram iguais ao Flamengo e com o passar do tempo, o Picada Escura passou a ter o apelido da famosa equipe rubro-negra. O fundador se recorda do primeiro amistoso da equipe que foi realizado contra o Independência, do Bom Retiro, no campo situado na propriedade de Reinaldo Butzke. “Na estréia, vencemos por 4x0, com dois gols meus e dois do Armindo”, lembra. No final de semana seguinte, a equipe retribuiu a visita e acabou sendo derrotada por 2x1 no Bom Retiro. A equipe rubro-negra da Picada Escura contava apenas com os jogadores da localidade e disputou amistosos contra o Gaúcho (Palmeira), Botucaraí, Pinheiro, Sarrazani (Faxinal dos Porto), Pedras Brancas (Rincão do Taquarussú), entre outros times da região.
NOME – Com o passar do tempo, o Picada Escura sempre disputava jogos e torneios aos finais de semana. No início da década de 70, a equipe mudou o local do campo, passando para a localidade de Capão Claro, na propriedade de Francisco Correa, e também trocando o nome da equipe de Picada Escura para Esporte Clube Nacional. As cores da agremiação também passaram a ser o vermelho e branco. “Apenas mudamos o campo e o nome, mas os atletas continuavam os mesmos”. Algum tempo depois, o Nacional disputou um campeonato organizado pelo Botucaraí e que foi disputado pelo alvi-rubro da Vila, Minuano (Vila Fátima) e Gaúcho (Linha Palmeira). Ao final, a agremiação da Picada Escura obteve o 2º lugar, sendo o Minuano o vencedor da competição. O aposentado lembra ainda dos atletas Sadi Cunha e Célio Cunha, que na sua opinião, foram alguns dos destaques, tanto do Picada Escura, como no Nacional. “O Sadi era bom zagueiro e o Célio era um definidor como poucos. Sabia chutar com os dois pés”, frisou.
MUNICIPAL – Plínio se recorda ainda que a equipe do Nacional disputou um campeonato municipal. O fundador não se recorda o ano, mas lembra ter enfrentado as equipes do América (Linha Boa Vista), Independência (Bom Retiro) e Gaúcho (Linha Travessão). A equipe da Picada Escura acabou sendo eliminada na primeira fase. Após esta participação, a equipe não disputou mais o certame, voltando a realizar somente amistosos. Na década de 80, Plínio veio residir com a família na cidade e outras pessoas passaram a administrar a equipe que existiu até meados da década de 90. O fundador lembra com carinho das grandes partidas de futebol disputadas na localidade. “Naquela época era bonito de ver como as pessoas gostavam do futebol, como envolvia a comunidade. Era um tempo bom que não volta mais”, finalizou.
Na foto que ilustra a matéria, uma das formações do E.C. Picada Escura: Joca, Cássio Barros, Ivo Vargas, Sergio Porto, Zauri da Silva e Sadi Cunha. Agachados: Civo, Darci Alves dos Santos, Plínio Alves dos Santos, Nicolau Vargas e Reni Butzke.
O Canarinho, da Rebentona
Década de 60. Uma época marcada por vários acontecimentos políticos como a campanha da legalidade em favor da posse do vice-presidente João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros em 1961. Outro importante acontecimento na área política foi o golpe militar de 64 que destituiu João Goulart da presidência da república, se iniciando a ditadura militar. Os anos 60 também marcaram o surgimento na música dos Beatles na Inglaterra e da Bossa Nova no Brasil. No futebol, a seleção brasileira conquista o bi-campeonao mundial em 1962 na Copa do Mundo disputada no Chile. Em meados desta década surge na localidade de Rebentona, interior de Candelária, a equipe de futebol do Esporte Clube Canarinho.
O agricultor Nivio Berle, mais conhecido por Chico, atualmente com 56 anos, é quem conta a história da agremiação. Segundo Chico, que atuou como lateral direito da equipe, o time começou a surgir em meados da década de 60 quando ele e os amigos começaram a jogar futebol aos domingos à tarde no campo situado na propriedade de Ronaldo Edgar Mueller. “Sempre juntava jogadores da Rebentona e do Faxinal de Dentro aos domingos e aos poucos, a idéia de se formar o time foi se materializando”, lembra. Os amigos então decidiram criar o time e escolheram o nome de Canarinho, que foi aceito por todos. Enio Muller foi eleito o 1º presidente da equipe. Nos primeiros anos, a equipe tinha o uniforme branco com detalhes em verde, passando depois para o uniforme amarelo. A agremiação disputava amistosos contra equipes do distrito de Vale do Sol, Vera Cruz e Candelária. “Sempre quando jogávamos na localidade de Coxilha do Mandell, em Vera Cruz, íamos de trator e reboque, pois a estrada era muito ruim. Perdi a conta de quantas vezes descíamos do reboque para empurrar o trator e o reboque, que ficavam atolados”, lembra. O ex-jogador se recorda dos torneios de futebol que a equipe disputava na época, em diversas localidades do interior dos três municípios. “No Faxinal, por exemplo, tinha os times do Clube 4s, Vitória e Brasil, que sempre organizavam torneios com uma média de oito a dez times participantes”, conta.
MUNICIPAIS – A equipe da Rebentona participou de alguns campeonatos municipais. Chico lembra que a agremiação disputou os primeiros certames na década de 70, não se recordando os anos. “Jogávamos apenas com os jogadores da região e nunca passamos da primeira fase”, recorda-se. Em 1983, a agremiação da Rebentona foi eliminada nas semifinais da categoria titulares para o Pinheiro, que decidiu o titulo com o Olarias. No ano de 1985, a equipe foi novamente eliminada após empate em 1x1 com o Minuano, que foi finalista daquele certame, derrotando na final o São Jorge. O técnico do Canarinho era José Carlos Braga, o popular Zezinho, que se recorda daquela eliminação. “Tinhamos um bom time, em condições de vencer o Minuano. Devido a uma péssima jornada da arbitragem, caímos fora naquela partida”. O time de 85 foi composto por Lauro Moura, Betinho, Aldemar, Cleo e Irguinho. Eloi, Peixe e Chiquinho. Odir, Jóia e Joel Pereira Nunes. O técnico da equipe era José Carlos Braga. Entre os reservas, o Canarinho, da Rebentona, sagrou-se campeão ao vencer o União, da Boa Vista, por 1x0, gol de Joel Pereira Nunes. A final dos reservas foi disputada em partida única no Estádio Darcy Martin. Zezinho destaca o oportunismo do centroavante Odir e a rapidez de Joel, na época com 17 anos. “Era um ataque forte, que intimidava os zagueiros”, lembra. A última participação em municipais aconteceu no ano de 1989, quando a equipe não obteve a classificação para as finais do certame. O Canarinho, da Rebentona, existiu até o início da década de 90. Chico Berle salienta que a juventude da localidade não quis levar o time adiante “Os que encabeçavam o time estavam mais veteranos e os jovens daqui preferiram outras opções de lazer”. Outro fator que levou a equipe a se dizimar foram os custos na disputa das competições. “Quando iniciamos, se jogava com amor a camisa, amor ao time. Depois que o dinheiro entrou no futebol amador, aquela magia acabou se terminando. Hoje não se vê mais aquele sentimento pelo time, pela localidade. Infelizmente isto não existe mais”, finalizou.