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Trnsito: cidade tem cinco pontos crticos
Embora os perigos estejam à vista a toda hora é só em momentos trágicos, como o do acidente no último sábado à noite envolvendo o jovem Múnior Porto dos Santos, que maioria das pessoas se dá conta de que a necessidade de providências é latente. A polêmica em torno dos riscos existentes no trânsito de Candelária só voltou à tona depois que a Avenida Pereira Rego virou palco de mais uma tragédia. O fato foi noticiasdo na edição de terça, 31, pela Folha, e chamou atenção da comunidade pela gravidade. Múnior conduzia um Fiat 147 no sentido Centro - Rincão, após a pizzaria Madonna, quando o veículo teria batido num dos canteiros centrais e capotado por três ou quatro vezes até parar sobre a calçada de um morador próximo à ponte do Arroio Laranjeira.
O aumento na estatística de acidentes registrados naquele local motivou a reportagem da Folha a investigar quais são os pontos de risco em Candelária e os fatores que culminam na ocorrência destes casos. As informações foram obtidas com o presidente do Conselho Municipal de Trânsito, Air Menezes, e com o ex-diretor do Departamento de Trânsito da prefeitura, Nelson Farias. Eles listaram os cinco locais mais críticos e que precisam de solução urgente (lista completa abaixo). Na Pereira Rego, abaixo da pizzaria Madonna, onde ocorreu o acidente sábado, se observa um erro antigo de engenharia originado na época da colocação do calçamento. Conforme Farias, a curva daquele trecho não obedece a força centrípeda (que leva para o lado de fora) quando se desce no sentido Centro/Rincão e nem a força centrífuga (que leva para o lado de dentro) quando se sobe do Rincão para o Centro. “O que agrava ainda mais a situação naquele local é o material do calçamento - paralelepípedo de basalto - que não oferece nenhuma aderência e facilita a derrapagem dos veículos”, explica. Segundo ele, quando se abusa da velocidade, ultrapassando os 40 km/h, ocorre a combinação propícia para a ocorrência de acidentes.
Farias revela, neste sentido, que existe um projeto aprovado ainda 2007, no qual são apontadas as providências necessárias para reduzir os riscos daquele local. “Tem inclusive o aval de um engenheiro da Famurs - Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, mas até agora não foi colocado em prática”, disse. O projeto, de acordo com Air Menezes, prevê a colocação de uma rotatória em frente à pizzaria Madonna com redutores de velocidade, a construção de quatro a cinco canteiros no centro da pista (acompanhando os já existentes), a colocação de duas lombadas (uma nas proximidades da pizzaria e outra próximo ao Arroio Laranjeira), e a colocação de todas as sinalizações verticais necessárias.
PEDIDOS - Atualmente, o Conselho Municipal de Trânsito tem mais de 10 projetos elaborados e aprovados sugerindo mudanças urgentes e pontuais para a melhoria e a segurança do tráfego em Candelária. Além destes, o órgão elaborou o projeto que prevê a instalação de um semáforo nas imediações do Banrisul, na Avenida Pereira Rego. O orçamento inicial está avaliado em torno de R$ 30 mil. Conforme Air Menezes, além destes projetos há outros que aguardam execução, visto que apenas 10% das mudanças e regulamentações previstas pelo Conselho Municipal de Trânsito foram concluídas até então.
ESTRUTURA - O Departamento de Trânsito de Candelária foi criado em outubro de 2007 para auxiliar no trabalho do Conselho Municipal. Entretanto, atualmente não possui funcionários. O serviço foi coordenado até janeiro de 2009 por Nelson Farias e hoje está praticamente parado. No que se refere à estrutura, Farias adianta que o local não oferece condições para execução dos trabalhos. “Falta mobiliário, material técnico e uma lista de objetos necessários para o setor”, encerra.
Os locais e os perigos
1) Avenida Pereira Rego esquina com a rua Dr. Middendorf próximo ao Rathke e Cia. Ltda.
- falta um canteiro para estreitamento da pista e para proteção do estacionamento, mais uma rotatória;
2) Trevo próximo à auto-elétrica Zezinho, entre as ruas Honório Porto e Gaspar Silveira Martins no Rincão Comprido
- falta sinalização horizontal e vertical e a colocação de aproximadamente 60 tachões;
- o maior problema verificado no local é o tráfego de veículos, na contramão, ao entrar na cidade;
3) Complexo Rodoviário que envolve as ruas Martinho Lutero, Sete de Setembro, Andrade Neves e as avenidas Marechal Deodoro e Pereira Rego
- O Conselho Municipal de Trânsito fez estudo e projeto de acordo com as normas da legislação de trânsito, mas devido às mudanças significativas no local, será preciso fazer a reengenharia do tráfego com mudanças no estacionamento, no comércio local e no fluxo de ônibus e outros veículos;
- a preocupação é com o tráfego intenso de veículos nas imediações da rodoviária;
- o local é, hoje, um dos mais conflitantes porque envolve inúmeras ruas, comércios fixos e aqueles que estão na área de estacionamento de veículos, além de escolas;
4) Ciclovia na extensão da Rua Gaspar Silveira Martins no bairro Rincão Comprido
- falta a colocação de quatro redutores de velocidade, o término da ampliação da ciclovia com bloquetos ou asfalto que permita a passagem de pedestres, e a colocação de cerca de 300 taxinhas para dividir a pista de rolamento da ciclovia;
- o projeto foi concluído e está avaliado em torno de R$ 20 mil.
As despesas do trânsito
Na avaliação do ex-diretor do Departamento de Trânsito da prefeitura de Candelária, Nelson Farias, o trânsito é “uma questão de saúde pública”. Conforme ele, as rodovias matam muito mais do que doenças como a dengue, a febre amarela e, até mesmo, a AIDS. “No Brasil são gastos por ano R$ 23 bilhões em acidentes de trânsito. No Rio Grande do Sul, todo mês, ultrapassa a R$ 1,5 bilhão”, afirma. Ele lembra ainda que as pessoas feridas no trânsito, muitas vezes, tiram os leitos de outros pacientes que, igualmente, precisam de atendimento urgente.
Os membros do Conselho
Air Menezes (Comude)*, Vítor Ângelo da Silveira (CFC Machaddo)**, Rodrigo Sartori (Brigada Militar), Bernardete Riça (Polícia Civil), Darci Aggens (OAB Candelária), Alberi do Nascimento (taxistas), Roseli Gelsdorf (concessão rodoviária), Nelson Farias (diretor de trânsito da prefeitura)***
(*presidente, **vice-presidente, ***ocupou o cargo até janeiro de 2009)
O aumento na estatística de acidentes registrados naquele local motivou a reportagem da Folha a investigar quais são os pontos de risco em Candelária e os fatores que culminam na ocorrência destes casos. As informações foram obtidas com o presidente do Conselho Municipal de Trânsito, Air Menezes, e com o ex-diretor do Departamento de Trânsito da prefeitura, Nelson Farias. Eles listaram os cinco locais mais críticos e que precisam de solução urgente (lista completa abaixo). Na Pereira Rego, abaixo da pizzaria Madonna, onde ocorreu o acidente sábado, se observa um erro antigo de engenharia originado na época da colocação do calçamento. Conforme Farias, a curva daquele trecho não obedece a força centrípeda (que leva para o lado de fora) quando se desce no sentido Centro/Rincão e nem a força centrífuga (que leva para o lado de dentro) quando se sobe do Rincão para o Centro. “O que agrava ainda mais a situação naquele local é o material do calçamento - paralelepípedo de basalto - que não oferece nenhuma aderência e facilita a derrapagem dos veículos”, explica. Segundo ele, quando se abusa da velocidade, ultrapassando os 40 km/h, ocorre a combinação propícia para a ocorrência de acidentes.
Farias revela, neste sentido, que existe um projeto aprovado ainda 2007, no qual são apontadas as providências necessárias para reduzir os riscos daquele local. “Tem inclusive o aval de um engenheiro da Famurs - Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, mas até agora não foi colocado em prática”, disse. O projeto, de acordo com Air Menezes, prevê a colocação de uma rotatória em frente à pizzaria Madonna com redutores de velocidade, a construção de quatro a cinco canteiros no centro da pista (acompanhando os já existentes), a colocação de duas lombadas (uma nas proximidades da pizzaria e outra próximo ao Arroio Laranjeira), e a colocação de todas as sinalizações verticais necessárias.
PEDIDOS - Atualmente, o Conselho Municipal de Trânsito tem mais de 10 projetos elaborados e aprovados sugerindo mudanças urgentes e pontuais para a melhoria e a segurança do tráfego em Candelária. Além destes, o órgão elaborou o projeto que prevê a instalação de um semáforo nas imediações do Banrisul, na Avenida Pereira Rego. O orçamento inicial está avaliado em torno de R$ 30 mil. Conforme Air Menezes, além destes projetos há outros que aguardam execução, visto que apenas 10% das mudanças e regulamentações previstas pelo Conselho Municipal de Trânsito foram concluídas até então.
ESTRUTURA - O Departamento de Trânsito de Candelária foi criado em outubro de 2007 para auxiliar no trabalho do Conselho Municipal. Entretanto, atualmente não possui funcionários. O serviço foi coordenado até janeiro de 2009 por Nelson Farias e hoje está praticamente parado. No que se refere à estrutura, Farias adianta que o local não oferece condições para execução dos trabalhos. “Falta mobiliário, material técnico e uma lista de objetos necessários para o setor”, encerra.
Os locais e os perigos
1) Avenida Pereira Rego esquina com a rua Dr. Middendorf próximo ao Rathke e Cia. Ltda.
- falta um canteiro para estreitamento da pista e para proteção do estacionamento, mais uma rotatória;
2) Trevo próximo à auto-elétrica Zezinho, entre as ruas Honório Porto e Gaspar Silveira Martins no Rincão Comprido
- falta sinalização horizontal e vertical e a colocação de aproximadamente 60 tachões;
- o maior problema verificado no local é o tráfego de veículos, na contramão, ao entrar na cidade;
3) Complexo Rodoviário que envolve as ruas Martinho Lutero, Sete de Setembro, Andrade Neves e as avenidas Marechal Deodoro e Pereira Rego
- O Conselho Municipal de Trânsito fez estudo e projeto de acordo com as normas da legislação de trânsito, mas devido às mudanças significativas no local, será preciso fazer a reengenharia do tráfego com mudanças no estacionamento, no comércio local e no fluxo de ônibus e outros veículos;
- a preocupação é com o tráfego intenso de veículos nas imediações da rodoviária;
- o local é, hoje, um dos mais conflitantes porque envolve inúmeras ruas, comércios fixos e aqueles que estão na área de estacionamento de veículos, além de escolas;
4) Ciclovia na extensão da Rua Gaspar Silveira Martins no bairro Rincão Comprido
- falta a colocação de quatro redutores de velocidade, o término da ampliação da ciclovia com bloquetos ou asfalto que permita a passagem de pedestres, e a colocação de cerca de 300 taxinhas para dividir a pista de rolamento da ciclovia;
- o projeto foi concluído e está avaliado em torno de R$ 20 mil.
As despesas do trânsito
Na avaliação do ex-diretor do Departamento de Trânsito da prefeitura de Candelária, Nelson Farias, o trânsito é “uma questão de saúde pública”. Conforme ele, as rodovias matam muito mais do que doenças como a dengue, a febre amarela e, até mesmo, a AIDS. “No Brasil são gastos por ano R$ 23 bilhões em acidentes de trânsito. No Rio Grande do Sul, todo mês, ultrapassa a R$ 1,5 bilhão”, afirma. Ele lembra ainda que as pessoas feridas no trânsito, muitas vezes, tiram os leitos de outros pacientes que, igualmente, precisam de atendimento urgente.
Os membros do Conselho
Air Menezes (Comude)*, Vítor Ângelo da Silveira (CFC Machaddo)**, Rodrigo Sartori (Brigada Militar), Bernardete Riça (Polícia Civil), Darci Aggens (OAB Candelária), Alberi do Nascimento (taxistas), Roseli Gelsdorf (concessão rodoviária), Nelson Farias (diretor de trânsito da prefeitura)***
(*presidente, **vice-presidente, ***ocupou o cargo até janeiro de 2009)