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25/08/2009 16:56
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Dia de festejar o churrasco e o chimarro

Tradicionais ao povo gaúcho, ambos têm características semelhantes de integração porque unem as pessoas no preparo e no consumo. Hábito comum, as rodas de churrasco e de chimarrão reservam bons momentos de lazer tanto no ambiente familiar quanto no profissional. A carne assada é saboreada desde a formação do Estado porque é de fácil elaboração - sem a necessidade de usar panelas, o que facilita a alimentação dos gaúchos que têm o costume de viajar por vários dias. Em cada região, no entanto, há diferença na escolha dos cortes e no modo de tempero e preparo da carne. Na região Sul, por exemplo, a costela tem mais evidência, seguida da chuleta e da picanha. Independente disso, o importante é consumir produtos de boa procedência e que não sejam prejudiciais à saúde.
Com objetivo de trazer estes esclarecimentos aos consumidores, a reportagem da Folha entrevistou o médico veterinário Carlos Alberto Roos, o “Neninho”, de Candelária. Ele dá dicas importantes na hora de escolher a carne para o churrasco e adianta que se for macia é sinal de  que o  animal era jovem. “Também tem que apresentar coloração rosada, não ter mau cheiro e a gordura deve aparentar aspecto amarelo claro. Quando a carne estiver congelada não se deve lavar porque tira o sabor e a textura. O ideal é deixar que isso ocorra naturalmente”, adianta.
Outro ponto importante é identificar a origem do produto. “Toda carne deve ser analisada pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Se tiver esse carimbo é sinal de que está livre de complicações como a tuberculose e a cisticercose (mais conhecida como doença da solitária)”, explica. “Sendo de boa procedência também não há problema de ser consumida mal passada”, garante. O médico veterinário alerta, no entanto, que não adianta inspecionar apenas os abatedouros porque o produto deve ser igualmente bem conservado no varejo. Este serviço, segundo ele, cabe à Vigilância Sanitária. 

História
A tradição do chimarrão é antiga. Em 1536, soldados espanhóis chegaram à foz do Rio Paraguai e, por se impressionarem com a fertilidade daquela terra, fundaram a cidade Assunción Del Paraguay. Tais desbravadores, com saudades de casa e longe de suas mulheres, eram acostumados a grandes bebedeiras, que às vezes se estendiam por toda noite. Ao acordarem ressacados, perceberam que tomando um estranho chá de ervas utilizado pelos índios Guarany, o mal estar sumia por completo.
Os primeiros jesuítas estabelecidos no Paraguai fundaram várias feitorias, onde o uso das folhas de erva-mate já era difundido entre os índios guaranis, habitantes da região.
O termo “mate” foi utilizado pelo espanhol. A palavra quíchua “mati” era a designação da cuia e substituiu a palavra guarani “caiguá”, nome composto por caá (erva), i (água) e guá (recipiente - recipiente para a água da erva).
*Fonte: Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore