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25/08/2009 16:56
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Eles chafurdam

A cada novo ano a impressão que passa é de que o planeta e seus habitantes chafurdam cada vez mais no caos. Nosso país, fazendo parte do todo, da mesma forma atola-se em situações bastardas não se podendo medir quem está vencendo esse jogo, se o bem ou o mal.
Nosso congresso continua indecoroso. Senão todos seus membros, uns tantos, os quais arrastam consigo a instituição tornando-a uma piada escrachada em todas as camadas sociais.
O minguado e suado salário dos brasileiros que tem sua maior parte entregue ao fisco através da exorbitante carga tributária nacional compõe o tesouro nacional. Seu uso e aplicação que deveria ser para grandeza na educação, na saúde, no transporte público, na segurança, na criação de frentes de trabalho e na habitação de tantos milhões que vivem sob pontes e viadutos ou pendurados em morros que se desmancham ante as intempéries climáticas, é vergonhosamente surrupiado para o butim pessoal daqueles que elegemos. Como se anda a exercer mal o voto e a fazer escolhas estapafúrdias! Pior, ainda, quando depois de um mandato reconduzimos esses seres nefastos a continuarem nos dirigindo. Somos vítimas de nossa própria ignorância e desleixo em relação ao exercício da cidadania. Resultado: os caras interpretam essa ação de indolência como idiotice e que seus cantos de sereia são suficientes para ganhar o voto dos incautos. Para tudo têm justificativas blasfemantes que acabam sendo acolhidas pelos eleitores.
O último mau exemplo registrado na ilha da fantasia refere-se a usança de passagens a que fazem direito os deputados para o exercício do cargo para o qual foram guindados pelo povo. Ora, como se sentem proprietários do direito de uso tomam esses bilhetes para presentear familiares, amigos, namoradas e coisa e tal. Esquecem, totalmente, que as passagens e outras benesses oferecidas a dirigentes públicos, eleitos ou não, são de uso exclusivo do exercício do cargo e/ou mandato. Estender os benefícios para familiares é uma indignidade e um escárnio à sociedade.
Para coroar a via crucis da política nacional só falta aparecer o crime de pedofilia, aliás, quase um modismo nas comunidades nestes tempos onde os limites foram sufocados por instintos além do primitivismo dos primeiros agrupamentos humanos.
Sandra Silva -  Jornalista