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25/08/2009 16:56
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Fumo: safra extra espera chuva

Está provado. O fumo é uma das plantas mais resistentes; é só plantar que dá. Em Candelária, alguns produtores têm apostado, nos últimos anos, no plantio do tarde. Eles mal encerram a colheita da safra iniciada no inverno para semear outro lote de mudas que terão o auge da produção no verão, entre março e abril. Só na Linha Boa Vista há três vizinhos próximos com as lavouras esverdeadas de fumo. Um deles é Gilson Lima de Almeida, que foi visitado ontem, 11, pela reportagem da Folha.
Ele conta que começou a plantar o fumo safrinha no ano passado, seguindo os passos de outro morador, mais experiente no cultivo. “Plantei três mil pés, no começo, para ver como seria a produção. Foi no fim de março e aí colhi só em maio, quando já tinha encerrado a compra, aí vendi para a picadeira (atravessadores)”, diz. Neste ano, depois de colher os 28 mil pés cultivados no inverno, ele plantou outros cinco mil. “Terminei o do cedo na primeira semana de janeiro e na segunda quinzena de fevereiro tava plantando as mudas. Comecei antes pra tentar vender direto à fumageira”, explica. Sobre o aumento na área plantada (em dois mil pés na comparação com 2008), relata que se deve às expectativas de produtividade. “O fumo do tarde tem a mesma estrutura do pé e a mesma quantidade de folhas que o do cedo. Também produz mais rápido. O que é preciso é chuva para que ganhe peso”, afirma. A expectativa é de que a média de produtividade fique em torno de oito arrobas por hectare - a mesma obtida com a safra do cedo. “Se tiver uma chuva boa, em até 30 dias deve ser colhido tudo”, calcula.

RESULTADO - Até o momento, Gilson Lima de Almeida secou duas fornadas do fumo do tarde. O produto, segundo ele, apresentou boa qualidade, o que deve garantir uma classificação satisfatória. “O do cedo vendi mal; o preço tava muito ruim”, lembra. “O que se espera é aumentar a renda. O lucro que vier depois é sempre bem-vindo”, finaliza.

NÚMEROS - O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Candelária não tinha, até ontem, uma estatística oficial sobre o número de produtores que optam pelo plantio de fumo do tarde. A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) informou que o número ainda é inexpressivo na região do Vale do Rio Pardo e que a prática é isolada, ou seja, não corresponde a todos os municípios. Números, no entanto, não foram divulgados.