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O poder persuasivo da mdia
A comunicação é o que torna o homem distinto dos outros animais, sendo ela a forma como nós interagimos em sociedade e garantimos nosso posicionamento perante temas que nos chamam a atenção.
Mas será que é fato incontestável?
Vejamos: uma música, um filme ou livro é sucesso entre milhares de pessoas simplesmente porque elas têm exatamente a mesma percepção sobre a expressão artística em questão? Provavelmente não. Portanto, torna-se clara uma das características intrínsecas à comunicação: o poder de dominação pela linguagem, seja ela visual ou escrita.
A mídia, antes de mais nada, é formada por pessoas que defendem interesses comerciais de estúdios fonográficos, de distribuidoras cinematográficas e de editoras responsáveis por obras de grande tiragem, entre outras tantas indústrias.
As pessoas recebem, passivamente, a orientação do que devem consumir: leia um livro específico, porque vendeu milhares de exemplares; assista a certo filme, por este ter ganhado prêmios ou por ter sido sucesso em seu país de origem; ouça tal música, porque é a “balada do momento” ou tema de novela. Leia, assista ou ouça o que lhe é indicado, mas porque você quer agir dessa forma. Ter personalidade não é ser anormal, é fugir da mesmice.
Esses são apenas exemplos da quantidade de imperativos a que somos expostos todos os dias. A grande maioria da população compra, ouve, assiste ou lê somente o que está em evidência. A comodidade não permite que tenhamos um parecer próprio sobre os diversos temas ou produtos. Consumimos o que os meios de comunicação afirmam ser o melhor, sem nos darmos conta de que tal posicionamento só é veiculado porque a empresa interessada pagou um publicitário para isso, a fim de potencializar a comercialização de seus produtos.
Já que ingressamos no tema publicidade, devemos parabenizar esse setor, que consegue construir propagandas fantásticas, com uma originalidade que as novelas, filmes ou canções, em sua maioria, não possuem. Portanto, eis mais um perigo: como evitar o consumo de algo que chama a atenção? A visão crítica é essencial, ou seja, valorizar o trabalho publicitário não significa realizar atos automáticos. Não devemos ter receio em preferir aquele que vende menos àquele que tem divulgação ofensiva e não é tão bom. Eu, por exemplo, prefiro Sangue Negro a Homem de Ferro, Engenheiros do Hawai a Nenhum de Nós e Raduan Nassar a Guimarães Rosa.
Se o meio publicitário é uma eterna disputa, o jornalístico não é diferente. Não podemos esquecer que não somos nós que decidimos a pauta dos telejornais, por exemplo. Ainda que todos afirmem ser imparciais, sempre há posicionamento, mesmo que bastante sutil. No mínimo, é necessário assistirmos a todos os telejornais e formarmos nossa própria opinião sobre os assuntos noticiasdos. Se possível, seria melhor ainda lermos jornais e revistas e acessar sites da internet para a clareza dos fatos. Ficarmos presos a uma única visão é um grande erro, principalmente num mundo em que redes de TV transformam seres humanos em atrações de zoológico, expondo-os a olhares perscrutadores, como animais enjaulados.
A impressão é a de que a comunicação, característica com a qual o homem foi presenteado, está sendo usada de forma dominante por poucos e os demais se acomodaram a ponto de apenas aceitar o que a mídia lhes impõe, sem questionar os reais interesses do que é veiculado.
A imprensa é de valor inquestionável, assim como a cultura geral e a publicidade. Bendito o país que possui liberdade de expressão como o nosso. No entanto, é imprescindível que tenhamos sempre olhar crítico sobre o que lemos, assistimos, ouvimos, etc. Principalmente porque, se o poder da linguagem midiática está nas mãos de poucos, o poder de decisão sobre a avalanche de imperativos diários está na cabeça de cada um de nós, que somos muitos.
Eduardo Garcia e Castro
Acadêmico do curso de Letras
Ulbra / Cachoeira do Sul
Mas será que é fato incontestável?
Vejamos: uma música, um filme ou livro é sucesso entre milhares de pessoas simplesmente porque elas têm exatamente a mesma percepção sobre a expressão artística em questão? Provavelmente não. Portanto, torna-se clara uma das características intrínsecas à comunicação: o poder de dominação pela linguagem, seja ela visual ou escrita.
A mídia, antes de mais nada, é formada por pessoas que defendem interesses comerciais de estúdios fonográficos, de distribuidoras cinematográficas e de editoras responsáveis por obras de grande tiragem, entre outras tantas indústrias.
As pessoas recebem, passivamente, a orientação do que devem consumir: leia um livro específico, porque vendeu milhares de exemplares; assista a certo filme, por este ter ganhado prêmios ou por ter sido sucesso em seu país de origem; ouça tal música, porque é a “balada do momento” ou tema de novela. Leia, assista ou ouça o que lhe é indicado, mas porque você quer agir dessa forma. Ter personalidade não é ser anormal, é fugir da mesmice.
Esses são apenas exemplos da quantidade de imperativos a que somos expostos todos os dias. A grande maioria da população compra, ouve, assiste ou lê somente o que está em evidência. A comodidade não permite que tenhamos um parecer próprio sobre os diversos temas ou produtos. Consumimos o que os meios de comunicação afirmam ser o melhor, sem nos darmos conta de que tal posicionamento só é veiculado porque a empresa interessada pagou um publicitário para isso, a fim de potencializar a comercialização de seus produtos.
Já que ingressamos no tema publicidade, devemos parabenizar esse setor, que consegue construir propagandas fantásticas, com uma originalidade que as novelas, filmes ou canções, em sua maioria, não possuem. Portanto, eis mais um perigo: como evitar o consumo de algo que chama a atenção? A visão crítica é essencial, ou seja, valorizar o trabalho publicitário não significa realizar atos automáticos. Não devemos ter receio em preferir aquele que vende menos àquele que tem divulgação ofensiva e não é tão bom. Eu, por exemplo, prefiro Sangue Negro a Homem de Ferro, Engenheiros do Hawai a Nenhum de Nós e Raduan Nassar a Guimarães Rosa.
Se o meio publicitário é uma eterna disputa, o jornalístico não é diferente. Não podemos esquecer que não somos nós que decidimos a pauta dos telejornais, por exemplo. Ainda que todos afirmem ser imparciais, sempre há posicionamento, mesmo que bastante sutil. No mínimo, é necessário assistirmos a todos os telejornais e formarmos nossa própria opinião sobre os assuntos noticiasdos. Se possível, seria melhor ainda lermos jornais e revistas e acessar sites da internet para a clareza dos fatos. Ficarmos presos a uma única visão é um grande erro, principalmente num mundo em que redes de TV transformam seres humanos em atrações de zoológico, expondo-os a olhares perscrutadores, como animais enjaulados.
A impressão é a de que a comunicação, característica com a qual o homem foi presenteado, está sendo usada de forma dominante por poucos e os demais se acomodaram a ponto de apenas aceitar o que a mídia lhes impõe, sem questionar os reais interesses do que é veiculado.
A imprensa é de valor inquestionável, assim como a cultura geral e a publicidade. Bendito o país que possui liberdade de expressão como o nosso. No entanto, é imprescindível que tenhamos sempre olhar crítico sobre o que lemos, assistimos, ouvimos, etc. Principalmente porque, se o poder da linguagem midiática está nas mãos de poucos, o poder de decisão sobre a avalanche de imperativos diários está na cabeça de cada um de nós, que somos muitos.
Eduardo Garcia e Castro
Acadêmico do curso de Letras
Ulbra / Cachoeira do Sul