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25/08/2009 16:56
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Gripe suna no motivo de preocupao

A recomendação foi dada na quarta, 8, pela enfermeira Melissa Rathke, responsável pelo setor de Epidemiologia. Conforme ela, o que se verifica é um alarde exagerado, tendo em vista que esta é uma gripe comum com possibilidade de controle. “O que difere é o tipo de vírus. Esta cepa circulava entre os suínos e acabou sofrendo mutação, por isso que recebeu a denominação de gripe suína”, explica. “Apesar de o vírus ser um pouco mais resistente, a letalidade (índice de mortalidade) é de apenas 0,4%, equivalente a uma gripe normal”, completa. Isto leva a crer que, possivelmente, as mortes registradas em função do vírus H1N1 foram causadas em decorrência de outras complicações. “Geralmente vai a óbito quem já tem algum problema de saúde e fica debilitado; nos demais casos é tranqüilo de tratar”, assegura.
A Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória e a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, principalmente por meio de tosse, espirro ou de contato com secreções respiratórias de infectados. Em países como o México, Estados Unidos, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido o vírus está circulando livremente. Por isso, qualquer pessoa que tenha viajado para algum destes locais e apresentar tosse, febre alta repentina ou dor de garganta é considerada como caso suspeito pelo Ministério da Saúde. Como forma de conter a disseminação desta cepa no Brasil, os profissionais têm isolado os pacientes suspeitos por até sete dias.
Este isolamento pode ser feito em casa ou no hospital dependendo da necessidade. “Quando os sintomas são mais leves o paciente pode ficar isolado em casa, usando máscara e sem ter contato com outras pessoas. Nos quadros considerados graves o procedimento é feito no hospital”, destaca a enfermeira Melissa. Ela afirma que quando houver necessidade também serão feitos exames (secreção respiratória) para comprovar se a pessoa está realmente contaminada pelo vírus. Até o momento, a secretaria de Saúde não identificou nenhum caso suspeito em Candelária. Se algum for confirmado, adianta Melissa, o hospital estará preparado para atender aos pacientes. “Dois quartos foram reservados para atender às pessoas que precisarem ficar isoladas”, diz.
Em entrevista à Folha, a enfermeira destacou que a medicação fornecida pelo Ministério da Saúde não está indicada para todos os pacientes. O antiviral deve ser utilizado somente nos casos graves para evitar que a cepa crie resistência e sofra novas mutações.

ALERTA - Nos últimos dias algumas pessoas contataram a secretaria de Saúde se dizendo temerosas quanto à contaminação pela nova gripe. De acordo com Melissa, todos os casos foram alarme falso. “Muita gente chega dizendo que teve contato com pessoas que estavam tossindo ou algo semelhante. Isso não representa necessariamente uma suspeita. Do contrário, o paciente já estaria isolado. No inverno muitas pessoas ficam gripadas e é comum ter tosse”, ressalta. “Não há motivo para tanta preocupação”, resume. Assim que surgiram casos na região, a secretaria de Saúde de Candelária emitiu um guia de orientações para todos os profissionais da área informando os procedimentos necessários em casos de suspeitos.