Logo Folha de Candelária
25/08/2009 16:56
Por:

Seminrio debate sistemas de manejo e produo do arroz irrigado

O 3º Seminário do Arroz Irrigado de Candelária foi aberto na manhã de ontem com a presença de aproximadamente 150 produtores. A promoção é do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e busca dar suporte para os agricultores desenvolverem suas plantações. Os trabalhos foram iniciados com a apresentação dos resultados da safra 2008/2009. Conforme o engenheiro agrônomo Luciano Siqueira, a área plantada se manteve estável. Ao todo, foram cultivados 8.200 hectares no município e alcançada uma produtividade de 6.813 quilos por hectare - 113 mil a mais do que no período anterior. Em percentuais, o acréscimo chega a 2%.
Outro assunto abordado foi os limitantes para a alta produtividade em Candelária. O engenheiro agrônomo Adalton Siqueira, da Agrican, resumiu que os orizicultores não têm conseguido aumentar a área plantada em função da falta de água e à disseminação do arroz vermelho (planta invasora de difícil controle). As dívidas acumuladas ao longo dos anos, originadas em função de alguns investimentos, também entravam a produção. Dentre estas limitações, a que chama mais atenção é a disseminação do arroz vermelho. Uma palestra específica sobre esta situação foi apresentada pelo engenheiro agrônomo da Basf, Evandro Koehler. Ele integra a gestão de negócios do arroz através da regional Cachoeira do Sul. Antes de conversar com os agricultores ele concedeu entrevista à reportagem da Folha e explicou que a multinacional lançou neste ano o movimento “Todos contra o arroz vermelho”. De acordo com Koehler, a iniciativa surgiu devido à resistência que a planta vem desenvolvendo ao herbicida Only, utilizado no sistema clearfield (campo limpo). “Este herbicida mata o arroz vermelho, mas quando tem o cruzamento com o arroz bom não adianta. Este cruzamento tem aumentado porque os produtores não estão usando herbicidas de qualidade na lavoura; é isto que vem disseminando a planta invasora”, diz. “O herbicida que a Basf recomenda tem dois princípios ativos enquanto que os demais, utilizados por maioria dos produtores, tem apenas um”, acrescenta.
Na região de abrangência de Cachoeira, 95% dos produtores optam pelo sistema clearfield, mas apenas 10% utilizam herbicidas de qualidade. “É isto que tem permitido a disseminação do arroz vermelho”, afirma. Com o objetivo de reduzir este índice, a Basf e o Irga, juntamente com outros parceiros, elaboraram um manual contendo os principais passos que o agricultor deve seguir para manter a lavoura livre de pragas ou ervas daninhas (confira tabela). O sistema clearfield consiste em três pontos centrais: o uso de semente certificada, a utilização adequada do produto registrado e a irrigação no período recomendado (três a quatro folhas).

MEIO AMBIENTE - A programação de hoje inicia às 8h30 com palestra sobre os mecanismos de comercialização e crédito rural, o cenário do mercado do arroz e painel sobre o comprometimento com a comunidade arrozeira. À tarde, a partir das 13h30, serão debatidos três pontos sobre as alterações da legislação ambiental. Os temas serão ministrados por técnicos da Farsul e deverão atrair um grande público até o salão Paroquial Católico. Além disso, será traçado um diagnóstico da comunidade arrozeira para identificar os limitantes da região produtora. Conforme o engenheiro agrônomo do Irga, Luciano Siqueira, o objetivo é reunir informações que possam, futuramente, definir as estratégias para a safra 2009/2010.

Saiba mais
Os passos para vencer o arroz vermelho foram assim elencados:
- utilizar apenas sementes certificadas
- utilizar adequadamente os produtos registrados
- irrigar no período recomendado
- controlar os escapes
- rotacionar o sistema clearfield
- limpar máquinas, canais, drenos e estradas
- consultar sempre a assistência técnica 
Mais informações podem ser obtidas no site www.foraarrozvermelho.com.br