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25/08/2009 16:56
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Propagandeando

Gostaria muito de saber se alguém já comprou Brãma influenciado pela “belíssima” campanha que tem como estrela (sic) o Zeca Pagodinho, ou se alguém toma Xincariól por causa daquela propaganda que termina com a bela rima “ou seja, cerveja”. Para mim, faz o efeito contrário. Eu bem que gostava da Brahma, mas deixei de tomar por que não quero ficar com a cara e nem com a pança do Zeca. Aliás, qual o exemplo edificante que o pagodeiro nos deu até hoje para se tornar garoto-propaganda a não ser encher a cara no Domingão do Faustão? Este negócio de inserir mais um dia de bebedeira na vida dos brasileiros não passa de uma “jogada” de marketing para a empresa fabricante aumentar ainda mais seu faturamento. Por outro lado, não podemos culpá-la quando temos deputados federais que não querem trabalhar nas segundas-feiras, e nas sextas também não porque tem de viajar. Aliás, deveria passar por estes pseudo-representantes do povo uma matéria que regulamentasse o assunto, a exemplo do que foi feito com o cigarro. Propaganda de cigarro faz tempo que não pode, dizem que é porque faz mal e as crianças podem começar a fumar vendo as mídias. Mas fazer apologia ao trago pode. Nunca vi manchetes do tipo: “Fumou cinco cigarros e matou duas pessoas” ou “Homem fuma demais, mata a esposa e bebe dois copos de sangue” (essa foi forçada). Não tenho notícia de que algum lar se tenha desfeito por causa do cigarro, que é maléfico para quem fuma, com raras excessões aos fumantes passivos; mas isso é uma questão de educação. Por outro lado, jornais e televisão diariamente nos oferecem notícias relacionadas às tragédias proporcionadas pela ingestão de bebidas alcoólicas (aí entram brigas familiares, acidentes de trânsito, homicídios em festas, etc.) Por que, a exemplo do cigarro, não colocam também fotos de pessoas morrendo por cirrose hepática nos rótulos das garrafas de pinga ou uma criança inocente chorando ao lado de um caixão por haver perdido o pai, que bateu o carro dirigindo bêbado?
Se continuar como está, em breve teremos somente as terças e quintas-feiras úteis na semana, o resto fica por conta da vadiagem. Certamente, mais nocivo do que o cigarro e as bebidas alcoólicas é a falta de interesse de quem pode fazer alguma coisa e não faz.

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Com relação ao etilismo supracomentado e para amainar a dose extra de furor, eu acho o fim da picada a pessoa ir comprar cachaça, vodca, uísque, etcétera, e pedir para o balconista enrolar em um jornal. Vocês já viram alguém sair com uma garrafa de refrigerante enrolada em um jornal de dentro de uma bodega ou de um supermercado? Pois é. Tem dipsomaníacos que acham que fazendo isso ninguém vai notar que está levando um trago pra casa. Observem e comprovem: se o troço embaixo do sovaco está enrolado em jornal, podem apostar que é pinga. Eu, por exemplo, quando vou comprar cachaça, deixo bem à vista. E todo mundo acha que é álcool pra fazer fogo.