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28/08/2009 18:10
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A montanha pariu um rato

Ufa! At que enfim instalaram no Senado a CPI da Petrobrs. O Plenrio ficou abarrotado de fotgrafos, jornalistas, cinegrafistas, tudo para registrar a reunio que elegeria o Presidente e o Relator da Comisso. Era o momento histrico. Representantes dos estados brasileiros escolhendo, entre os pares, aqueles que deveriam comandar o inqurito e propor uma profilaxia na nossa maior estatal. Entram os atores, uns absortos, compenetrados, pensativos, outros extrovertidos, animados, exibindo dentes s cmeras a cada espocar dos flashes. Afinal, a CPI sai do papel. Os representantes dos estados cumprem com o dever de fiscalizar. Meia hora depois, o resultado. A montanha pariu um rato. Nossos representantes escolheram um comando chapa-branca. Desse mato no sai coelho. O PT na presidncia e o Romero Juc na relatoria. Aquele mesmo Romero Juc da tropa de choque do Collor, o mesmo que se multiplicou para salvar o Renan Calheiros e que agora cerra fileiras para proteger o Sarney. Os fotgrafos tapam as lentes e os cinegrafistas recolhem seus canhes. No aniversrio da Queda da Bastilha, marco histrico da democracia, nosso Senado d mais uma demonstrao de irresponsabilidade. Acendeu o fogo do forno a lenha e convocou o pizzaiolo para gudio da confraria. Festa e festa. Dum habemus tempus coronemur vita rosis (Enquanto tivermos tempo vamos pintar a vida cor de rosa) j dizia Horcio, prevendo a runa do Imprio Romano. Esto de brincadeira conosco. Botar a raposa a cuidar do galinheiro pintar a vida cor de rosa enquanto ainda tem tempo. O resultado dessa CPI todos j sabem. Uma saborosa pizza com dois sabores: metade calabresa e metade quatro queijos. E a Petrobrs, que no de Governo de planto, sim do povo brasileiro e dos acionistas, a Petrobrs vai continuar doando recursos para a Fundao Jos Sarney e financiando a campanha poltica dos donos do poder. Tudo s expensas do combustvel mais caro do mundo custeado por ns em cada abastecimento no posto da esquina. Vo pintando a vida cor de rosa, vo. Daqui a pouco o povo, cansado de apanhar, d um basta nisso tudo. A tolerncia tem limites, claro que tem. Pelo jeito estamos chegando no limite da tolerncia, onde se ofusca a cor de rosa e se abrem as cancelas do crepsculo. Edemar Mainardi Engenheiro Civil