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O Papa no Brasil
Nesta semana, véspera do dia das mães, a vinda do Papa Bento XVI rouba a cena. As mamas deram lugar ao papa.
A vinda do papa centraliza as atenções de muita gente, não somente dos católicos. A mídia está aproveitando para analisar temas polêmicos, em que a maioria da população discorda da opinião do papa e da igreja. O interessante é que entre esses assuntos, discute-se o aborto. O ministro da saúde, José Gomes Temporão, chegou a defender um plebiscito para liberar práticas abortivas no Brasil, afirmando ser questão de saúde pública. É interessante e comovente falar sobre aborto na semana do dia das mães. Se o papa falará diretamente sobre este assunto ainda não sabemos, contudo já sabemos que ele é a favor da vida e contra o aborto. Nesse e muitos outros temas que envolvem a ética, concordo com Ratzinger, mas discordo em muitos outros pontos. Este ato de concordar e discordar seguido de exposição de idéias é algo extremamente sadio para a sociedade, desde que em clima de respeito e tolerância. Neste sentido deixo as palavras do pastor Paulo Moisés Nerbas - presidente da Igreja Luterana (IELB) do Brasil.
“A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) saúda o Papa Bento XVI na sua chegada ao Brasil, chamando-o bem-vindo como autoridade máxima da Igreja Católica Apostólica Romana, representada em nosso país por um tão grande número de fiéis.
Ao mesmo tempo em que dá as boas vindas ao Papa Bento XVI, a IELB reafirma o que pensa da importância de um papa para uma igreja. Cada papa será sempre respeitado pela IELB na função que exerce. O respeito devido, todavia, jamais chegará ao ponto de considerá-lo chefe supremo de toda a cristandade, visto que é autoridade sobre uma parte da cristandade, ou seja, os fiéis da Igreja Católica Apostólica Romana.
A IELB também expressa sua discordância em relação a qualquer manifestação popular ou oficial que se dirija ao papa como “santo padre”, visto que a santidade de qualquer um, seja papa, padre ou pastor, é igual em todos aqueles que confiam em Jesus Cristo como Salvador. Por meio da fé em Jesus, recebem d’Ele a santidade que jamais será alcançada por qualquer obra ou merecimento humanos. É a justiça e santidade de Jesus, o Filho de Deus, que deixa santos diante de Deus todos aqueles que confessam sua confiança na salvação trazida à humanidade por Cristo. Por tal razão, não existe entre os seres humanos alguém mais santo do que outro, não importa a função ou cargo que desempenhe dentro de uma hierarquia eclesiástica.
A IELB deseja ao Papa Bento XVI a constante iluminação do Espírito Santo para que ele, valendo-se dos recursos de que dispõe para se manifestar, possa transmitir o que o Senhor Jesus espera dos seus apóstolos. A palavra de Jesus continua sendo a única luz para o mundo em trevas, por isso possa Bento XVI confessá-la e anunciá-la a fim de que multidões conheçam o que o Salvador afirma em João 14.6: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”.