�rvore pode ter sido o piv� da fatalidade em Rinc�o do Taquaru�u

A morte de G�ssica Sinara da Rocha Tavares, de 19 anos, em decorr�ncia de um raio, traz � tona algumas considera��es a respeito das descargas el�tricas em dias de chuva. Conforme o professor aposentado nas �reas de f�sica e qu�mica, El�dio Heinen, n�o � aconselh�vel que as pessoas fiquem � beira de lagos e campos quando h� rel�mpagos. "Os raios caem nos pontos mais altos porque eles sempres procuram achar o menor caminho entre a nuvem e a terra. �rvores altas, torres, antenas de televis�o, torres de igreja e edif�cios s�o pontos preferidos pelas descargas atmosf�ricas", explica. Os raios tamb�m trazem uma s�rie de riscos para as pessoas, animais, equipamentos e instala��es. Mesmo antes de um raio cair j� existe perigo. Isto porque as nuvens est�o "carregadas de eletricidade" e, se por baixo da nuvem ter, por exemplo, uma cerca muito comprida, ela tamb�m ficar� carregada com eletricidade. "O choque el�trico ocorre quando uma corrente el�trica circula pelo corpo de uma pessoa ou animal. Dependendo da intensidade da corrente e do tempo em que circula, poder�o ocorrer rea��es como formigamento, dor, contra��es violentas, queimaduras e morte. Se um raio cair diretamente sobre uma pessoa ou animal, dificilmente haver� salva��o", evidencia El�dio. FORMA��O - Segundo Hei-nen, os raios se formam a partir da dissolu��o da �gua no ar, o que favorece a sua ioniza��o em efeitos resultantes da diferen�a de condutividade el�trica do gelo devido �s diferen�as de temperatura no interior da nuvem. Durante as colis�es, as part�culas de gelo perdem el�trons e transformam-se em �ons. Isso torna a nuvem eletricamente carregada. As part�culas t�m tamanho variado; as menores e mais leves ficam com carga positiva e as maiores e mais pesadas com carga negativa. Alguns fatores como ventos, temperatura e for�a da gravidade fazem com que cargas de mesmo sinal se concentrem em regi�es espec�ficas da nuvem. Geralmente a parte inferior (base da nuvem) e a superior (topo da nuvem) s�o os locais de maior ac�mulo de carga de sinais contr�rios, funcionando como armaduras de um capacitor. "Como resultado, t�m-se enormes fa�scas, que conhecemos como raios. Esses raios possuem uma quantidade enorme de energia. Parte dessa energia pode se transformar em calor, fazendo com que o ar ao redor dos raios se inflame, produzindo um clar�o, denominado de rel�mpago. A expans�o do ar aquecido pela energia do raio provoca um ru�do, denominado de trov�o", complementa o professor. �RVORE - G�ssica e �dipo foram encontrados ca�dos pr�ximos a uma �rvore. Eles estavam em local �mido e provavelmente embaixo da �rvore, o ponto mais alto daquele local e, portanto, prop�cio para a ocorr�ncia de raios. O jovem tamb�m disse que estava usando guarda-chuva no momento da descarga. Neste sentido, o professor destaca que o guarda-chuva serviu de condutor para a descarga. "Hist�rias de que o metal atrai o raio n�o s�o verdadeiras. Neste caso, o guarda-chuva serviu apenas de passagem para o raio atingi-los, pois a descarga deve ter ocorrido na �rvore", diz. Sobre as causas que motivaram a morte da jovem, o professor acredita que a v�tima provavelmente sofreu uma parada card�aca ap�s a descarga. "� o que normalmente acontece nestes casos, pois a queda de um raio provoca uma contra��o muscular e no caso dela deve ter atingido o corpo, vindo a causar uma parada card�aca", frisou.