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Volume de chuvas j 13 vezes maior
Novembro nem terminou e l se vo 602 milmetros de chuva. O nmero foi divulgado pelo Sindicato Rural de Candelria, que faz a leitura diria das precipitaes. Na comparao com igual perodo do ano passado percebe-se que o volume de chuvas 13 vezes maior (1.337% a mais). Em novembro de 2008 foram apenas 45 milmetros. Com tanta gua s se v bueiros entupidos, arroios transbordando, ptios e lavouras alagadas. At a edio de tera, 24, quando a Folha noticiou os transtornos causados pela chuvarada j haviam sido contabilizados 570 milmetros.
As precipitaes s cessaram nesta tera e quarta para alvio dos produtores. Os de arroz, por exemplo, esto em situao mais preocupante. De acordo com o engenheiro agrnomo Adalton Siqueira, da Agrican - escritrio de planejamento agrcola e de consultoria, apenas 65% da rea foi plantada enquanto que o normal, para esta poca, seria de 90%. Para piorar, aproximadamente mil hectares esto em baixo d'gua. "Ainda cedo para dizer se estas lavouras tero que ser replantadas ou no. Vai ser preciso esperar a gua baixar", adianta. Siqueira lembra, ainda, que o plantio devia ter sido concludo no dia 20 deste ms. "O Zoneamento Agrcola prev esta como a melhor poca para garantir a produtividade. Ento, mesmo que o tempo permita acelerar o plantio de agora em diante, a produo no apresentar a mesma qualidade", explica.
FUMO - As perdas tambm se estendem s lavouras de fumo, cuja colheita fica
comprometida em funo da umidade das folhas. Estimativa do diretor-secretrio da Afubra (Associao dos Fumicultores do Brasil), Romeu Schneider, indica que 10% do fumo est colhido na regio. Em entrevista Folha, ele disse que j se observa regresso nas lavouras. "A gua parada no escoa e afeta o desenvolvimento da planta. Isso tambm tem refletido na hora da secagem; o fumo demora para curar e fica com uma cor escura ou at apodrece se no so adotados os devidos cuidados", destaca. Outro problema a perda dos nutrientes. "A chuva ocasiona a lixiviao dos fertilizantes e impede que a planta absorva a adubao necessria", acrescenta.
Alm disso, a chuva atrasa o amadurecimento. "Mas se o tempo melhorar e o sol esquentar demasiadamente o fumo pode amadurecer de 'cima para baixo' e a pode faltar espao nas estufas para fazer a secagem", alerta Schneider. Em Candelria, a perda mdia de produtividade avaliada em 20,7%. O ndice foi calculado nesta quarta, 25, durante levantamento feito pelo Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Afubra. O presidente do SR, Mauro Flores, afirmou que as perdas de qualidade ainda so imprecisas. Todavia, entre os produtores visitados, foi identificada quebra de 70% no valor comercial. Ele, o tcnico agrcola do STR, Rgis Berwanger, e o gerente do departamento de mutualidade da Afubra, Iraldo Backes, estiveram em lavouras da Picada Karnopp, Vila Passa Sete, Linha do Salso, Linha do Rio, Rebentona, Linha Curitiba, Linha Brasil, Travesso Schoenfeldt, Roncador, Trs Pinheiros, Picada Roos, Linha Palmeira e Bom Retiro.
A relao dos estragos ser apresentada hoje, s 8h30, em reunio do Conselho Municipal Agropecurio.
TRIGO E SOJA - Conforme a Agrican, a nica cultura que ainda no contabiliza prejuzos pelo excesso de chuvas a soja. Embora o plantio esteja atrasado - 15% enquanto o normal seria 50% ou mais -, os produtores ainda podem semear o gro at o dia 20 de dezembro. Na lavoura de trigo, que est praticamente colhida, houve quebra de 25% na produtividade. Isto porque na fase de maturao e colheita as chuvas foram desfavorveis. "Se perdeu no valor comercial. Este trigo que teve quebra pode ser usado s para rao, no d para fazer farinha", diz o engenheiro agrnomo Adalton Siqueira.
Previso
Alguns sites de meteorologia indicam que at esta segunda, 30, devem ocorrer chuvas ou pancadas quase que diariamente. A partir de tera, 1, o sol deve aparecer e o clima fica seco por aproximadamente 10 dias. J a previso para o prximo trimestre, divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) aponta chuvas acima da mdia em dezembro; normal em janeiro; e abaixo da mdia em fevereiro.