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08/01/2010 10:14
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O resgate na rua da Praia

A enchente que arrasou o Vale do Rio Pardo na segunda, 4, foi rpida e inesperada. A gua destruiu e levou o que havia pela frente em questo de horas. Em Candelria, pelo menos sete locais ainda esto em situao de calamidade - a rua da Praia, a rua Princesa Isabel, o bairro Esmeralda, e as localidades da Linha do Rio, Costa do Rio, Rebentona e Passa Sete. H quem diga que esta cheia do Rio Pardo foi to violenta quanto a ocorrida em 1959, relembrada pela Folha na edio do dia 2 de outubro de 2009, e que deixou um saldo de cerca de 100 mortos. Naquele episdio as vtimas foram surpreendidas noite, o que dificultou a fuga para locais seguros e o resgate. No drama vivido esta semana, a forte correnteza atingiu a populao ribeirinha durante a manh. Alguns atingidos relataram que notaram a aproximao da gua por volta das 10h. Na rua da Praia o resgate comeou por volta do meio-dia. Bombeiros, moradores e vizinhos prximos trabalharam para retirar as pessoas de casa. Com a ajuda de um barco, os voluntrios conseguiram a salvar inmeras vidas. Os mais precavidos juntaram alguns pertences e levaram as crianas para locais mais seguros. As irms Simone e Celi Linhar, de 31 e 38 anos, respectivamente, se abrigaram com outros moradores numa casa prxima ao colgio Lepage at que o volume da gua baixasse. Simone contou reportagem da Folha que em menos de uma hora a enchente subiu mais de um metro. J Celi calcula que o nvel do rio Pardo tenha subido aproximadamente dois metros. Elas acompanhavam o resgate das outras pessoas juntamente com o pensionista Alfreu de Oliveira, 48 anos. Ele tinha deixado a casa por volta das 13h. Ao falar do caos ocasionado pela cheia, destacou a necessidade de fazer o desassoreamento da margem direita do rio Pardo. "Tem que aprofundar essa margem num trecho de 200 metros de comprimento por 10 metros de largura. Isso j tinha que ter sido feito em outras ocasies para evitar enchentes como esta", afirmou. Simone, Celi e Alfreu moram entre os arroios Molha Grande e Molha Pequeno. VELOCIDADE - As guas ultrapassaram as imediaes da Prainha e chegaram at as proximidades do colgio Lepage, j na avenida Pereira Rego. O nvel subiu numa velocidade impressionante e foi testemunhada pela equipe de reportagem da Folha. Durante a cobertura fotogrfica e a realizao das entrevistas com os moradores, que levou 15 minutos, a gua subiu cerca de 20 centmetros em frente s casas prximas ao Lepage. A prefeitura colocou o ginsio municipal disposio dos desabrigados, mas a maioria das famlias preferiu ir para a casa de parentes ou conhecidos ou ento voltar para seus lares depois da passagem da cheia. Os colgios Lepage e Medianeira tambm foram oferecidos como abrigo.