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15/01/2010 12:11
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Reconstruo da VRS 858 deve iniciar em breve

Antes de dar a ordem de servio, o Daer (Departamento Autnomo de Estradas de Rodagem) ter que escolher a empresa que ficar responsvel pela execuo do trabalho. Ao todo, sero analisadas trs propostas. Todas foram encaminhadas por empresas instaladas na regio (nomes no foram revelados). A informao foi confirmada na manh de ontem, 14, pelo engenheiro da autarquia, Joo Luiz Fontoura. Conforme ele, as documentaes j esto na diviso de conservao e melhoramento do Daer, em Porto Alegre. Deve ser escolhida a empresa que cobrar o menor valor pelo servio. Fontoura garantiu que sero recuperados todos os pontos danificados ao longo dos 12,9 quilmetros da rodovia. Conforme ele, em alguns locais ser preciso reconstruir desde o aterro, em outros ser necessrio apenas um novo pavimento. "Em praticamente toda a extenso tem pontos danificados", disse ao destacar que a relao dos estragos consta em levantamento feito por uma equipe do departamento. At ento no h previso de oramento. "Os valores s sero conhecidos quando for apresentada a empresa responsvel", completa. IMPACTO - Mais do que reconstruir a VRS 858 ser preciso retirar os inmeros galhos, rvores e restos de madeira que ficaram espalhados em meio s lavouras, ao cemitrio Professor Jos Trk, e s margens da rodovia. S a ser desfeito o cenrio da maior enchente do rio Pardo em Candelria. J as lembranas dificilmente sero esquecidas por quem foi atingido ou ajudou no resgate de vizinhos e amigos. Para o aposentado Hugo Oscar Krug, 78 anos, a localidade na qual vive h quase 60 anos se transformou num verdadeiro ambiente de guerra aps a enchente. Na manh de quarta, 13, ele e a filha Tnia Marlise Kpp, 56 anos, foram ao cemitrio para verificar a situao do jazigo da famlia. Ficaram boquiabertos com o que viram. "Foi muito pior do que a enchente de 59 porque naquela no desceu tanta madeira gua abaixo", disse Hugo. Depois de identificarem a quantidade de entulhos, ficaram de retornar para fazer a limpeza assim que fosse possvel. Seu Hugo no teve a casa invadida pela gua, mas se solidariza e divide a tristeza com quem perdeu tudo ou quase tudo o que tinha. Foi o caso da famlia do agricultor Alexandro Englert, de 27 anos. Ele e os pais perderam as ltimas quatro fornadas do fumo plantado prximo ponte pnsil de acesso Prainha. "Perdemos umas 200 arrobas. Tentamos colher, mas antes de amarrar, o fumo j estava esquentando e no teve como ser aproveitado", lamentou. As plantaes de aipim, milho e batata igualmente foram danificadas. "Nem pasto no tem mais para o gado comer. No d para calcular o prejuzo", concluiu dizendo que depois de a terra secar vo tentar fazer novo plantio de milho. MAIS - Apesar de o ambiente ser desolador, se v coragem e persistncia para recomear. A reportagem da Folha conferiu, por exemplo, que os agricultores tm utilizado os recursos de que dispem - motosserras e tratores - para retirar as rvores do meio das lavouras e, assim, prepararem novamente a terra para plantar outra vez. A empresa que assumir a recuperao da VRS 858 ter dois meses para concluir o servio.