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Geral 23/02/2018 16:08
Por: Jorge Mallmann

Um olhar estrangeiro: alemães elogiam calor humano dos brasileiros

Família candelariense hospedou casal e uma amiga da Alemanha, que enfatiza: “convivência com brasileiros torna minha vida mais rica”

  • Alemão Udo Noller no alto do morro Botucaraí
  • Os alemães na Noite do Peixe no Restaurante do Altair, no Rincão Comprido
  • Hábito do chimarrão também foi experimentado pelos estrangeiros
  • Passeio na Linha do Rio
  • Passeio na Linha do Rio
  • Praia de Itapema: Alemães deixaram para trás o inverno rigoroso e curtiram o calor
  • Roteiro pela América do Sul incluiu passeio em Buenos Aires
  • Os estrangeiros com amigos na Linha do Rio
  • Olívia Mundstock com Regina, Marlene e Udo na visita à Folha: anfitriã e tradutora

Em uma época em que a autoestima dos brasileiros em relação ao seu país é puxada a todo momento para baixo pela crise econômica, a corrupção sem fim e a ineficiência da classe política, que gera inúmeros problemas e carências, é interessante observar que estrangeiros que passam alguns dias no Brasil conseguem enxergar coisas boas por aqui, especialmente no que se refere ao comportamento dos habitantes locais. Ao menos foi essa a impressão deixada pelos alemães que visitaram a redação da Folha no último sábado, 17, trazidos pela professora aposentada Olívia Mundstock.

A candelariense Olívia conta que em 1989 ganhou uma bolsa de estudos do Instituto Goethe, que lhe oportunizou passar dois meses na Alemanha. No intercâmbio com estudantes e outros moradores da cidade em que ficou nasceu a amizade com a alemã Regina Sauter, de 52 anos, que trabalha na área de odontologia. “Uma amizade de quase 30 anos”, destaca Olívia, cultivada através de troca de cartas e telefonemas e hoje facilitada pela maior aproximação proporcionada pelas redes sociais. No ano de 1999, Regina visitou pela primeira vez a família de Olívia em Candelária. Desde o dia 23 de janeiro, ela desembarcou outra vez no Brasil, desta vez trazendo junto o casal de alemães Marlene e Udo Noller, de 55 e 54 anos, respectivamente. Enquanto Regina mora em Gaildorf, Marlene e Udo residem na cidade de Fichtenberg. As duas cidades estão situadas no sul da Alemanha, perto de Stuttgart.

Questionados sobre suas impressões da estadia em Candelária, os visitantes são unânimes em destacar o calor humano e a hospitalidade das pessoas. A receptividade calorosa é percebida em todos os lugares que visitam, inclusive nas lojas. “As pessoas os convidam para tirar fotos e eles acham isso fantástico”, salienta Olívia, que, além de anfitriã, atua como tradutora dos estrangeiros. Segundo ela, os três alemães contam que já viajaram por muitos países e em nenhum deles encontraram um povo tão receptivo como aqui. Em Candelária, visitaram o Aqueduto, a Ponte do Império e a Prainha. Na tarde de sábado, 17, o filho de Olívia, Daniel, levou Udo para uma aventura até o alto do Botucaraí.

 

Surpresa com a herança germânica local

Um aspecto que desperta especial curiosidade dos visitantes, segundo Olívia, é a marcante presença de descendentes de alemães identificada em Candelária e no estado e a preservação da língua e de costumes germânicos. Eles ressaltaram que a maioria dos cidadãos alemães desconhece essa realidade. Durante a passagem pela América, os três alemães realizaram passeios de turismo, roteiro que incluiu visitas a Buenos Aires, na Argentina, a praia de Itapema/SC e Santo Ângelo, onde conheceram as ruínas de São Miguel. A maneira de encarar a vida dos brasileiros, mais alegres, sem tantas regras e mais flexíveis, é outro aspecto valorizado pelos estrangeiros na convivência com as pessoas daqui, considerando que os conterrâneos, na sua avaliação, são mais fechados e rígidos. Como na Alemanha agora é inverno e até há poucos dias conviviam com a neve, eles também adoraram os dias de calor, que lhes permitiu tomar banhos de piscina em Candelária. Por fim, Regina Sauter fez questão de registrar o seu sentimento em relação à oportunidade de convívio com pessoas que vivem em um continente tão distante do seu. “Os amigos brasileiros tornam minha vida mais rica, e isso não tem dinheiro que paga.”