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Esporte 06/01/2018 09:35
Por: Jorge Mallmann

Esporte com amizade atravessando gerações

Tradição de muitos anos de grupos de futebol e futsal é liderada por desportistas que desafiam a idade

  • O grupo das terças: horário das 19h às 20h
  • A turma de uma das tantas sextas de futsal: camisas brancas contra escuras
  • Paulinho Glänzel: rivalidade saudável
  • História da equipe do Engenho foi construída por diferentes gerações de atletas
  • Paulo Porto: “espírito de companheirismo”
  • Equipe do Engenho disputou 1,6 mil partidas desde 1983

Quem pratica ou acompanha o esporte em Candelária sabe ou ouviu falar de grupos tradicionais de futebol e de futsal. São encontros esportivos marcados pela amizade e a convivência entre participantes de diferentes gerações. E nestes grupos se identificam também atletas que conseguem se manter saudáveis através da prática esportiva, desafiando as lesões e a passagem dos anos. A fim de ilustrar essa rotina tão saudável e prazerosa para os que participam dela, a reportagem da Folha destaca dois desses grupos, que, mesmo se renovando a todo momento, se mantêm há décadas em Candelária.


O futsal das terças e sextas no Medianeira
Um dos horários mais tradicionais do futsal na cidade é o da turma das terças e sextas-feiras, no horário das 19h às 20h, no Colégio Medianeira. Um dos mais antigos participantes desse grupo é Paulo Gustavo Glänzel, mais conhecido como Paulinho, que lidera o time de camisa escura, adversário da equipe que veste branco. Aos 59 anos, Paulinho é um legítimo representante dos veteranos que desafiam a idade ao correr e jogar mais que muitos jovens. Para ele, o segredo dessa longevidade é manter-se atleta na essência. Além disso, salienta que a vida longa na prática esportiva exige necessariamente que a pessoa se cuide e procure manter-se sempre em atividade. “Não dá para parar”, conclui. 
Sobre o grupo de futsal do Medianeira, ele diz que sua origem está relacionado à inauguração do ginásio, em meados de 1975. Valdemar Schwantz, o Maia, e Dirceu da Rosa Gomes, estão entre os pioneiros do horário, conforme lembra. Paulinho não sabe precisar quantos já participaram da turma nos dois times, seja como integrante fixo ou eventual. Mas calcula em centenas os atletas que participaram alguma vez desse tradicional horário. O mais antigo em atividade no grupo é Mauro Polly, de 54 anos, que começou a jogar no horário antes de 1994, seguido por Jarbas Eduardo Prado, de 42 anos, e do próprio Paulinho. Os três jogam no time de camisas escuras. Da equipe de camisas claras, os mais antigos são Jorge Mallmann, de 54 anos - que diz ser integrante fixo do horário há pelo menos 20 anos -, Thiago Braga, de 38 anos, e Willian Aggens, o Nino, de 32 anos. Paulinho Glänzel também destaca que a turma de futsal das terças e sextas ainda lhe dá a oportunidade de jogar ao lado dos filhos Guto e Marcelo, que obviamente jogam no time dele. Ele ainda revela que cultivou ao longo dos anos um hábito de anotar os resultados dos jogos e garante que o time preto invariavelmente leva vantagem ao final do ano. Mesmo assim, Paulinho diz que a rivalidade das equipes é saudável e ajuda a manter o espírito competitivo dos jogos.


Futebol e amizade na Vila Fátima 
Todos os sábados o ritual se repete. Não importa se a jogada é bonita ou até mesmo o resultado final. O que vale mesmo é o momento de mistura de amizade, união, diversão e confraternização. É isso que faz um grupo de amigos desde 1983, que em sua grande maioria, na época, trabalhava no engenho de arroz de Paulo Porto, no bairro Rincão Comprido, em Candelária. “Resolvemos montar um time para disputar um torneio no campo do Minuano, na Vila Fátima, e nos empolgamos com a diversão”, resumiu Porto, conhecido como Paulinho que, aos 65 anos, ainda mostra-se ativo na prática futebolística. Pois foi nesta competição – a única disputada pelo time -, que surgiu a equipe denominada como Engenho – fazendo alusão ao local onde trabalhavam. Desde então, o grupo passou a se reunir inicialmente em dias de semana, e depois somente aos sábados para a disputa de partidas amistosas no campo do Minuano ou no campo dos adversários. “No início, tínhamos também uma equipe infantil formada por familiares ou amigos, e sempre procurávamos marcar jogos também para eles para ser um atrativo a mais”, salientou Paulo. Por volta do ano 2000, o grupo passou a mandar seus jogos no campo dos Araras, também na Vila Fátima. Durante os mais de 30 anos, a equipe disputou 1,6 mil partidas, conforme as anotações feitas por Paulinho. “Sempre fiz questão de anotar todos os jogos e os resultados das nossas partidas”, disse. Segundo ele, o fortalecimento do grupo há quase duas décadas é a receita para a sua manutenção. “Atualmente contamos com cerca de 22 participantes de diversas idades. É um grupo bastante unido, descontraído e existe um grande espírito de companheirismo do pessoal”, salientou. Além de Paulo Porto, Gilnei de Souza, Daniel Moraes, Valdeni de Vargas e Júlio de Souza são os mais antigos da equipe que participam desde a fundação. As equipes interessadas em disputar duelos amistosos contra o time podem entrar em contato com Paulo Porto, através do telefone 51 – 9 996 2342.