Na 25 de Julho, produ��o o ano todo

O munic�pio de Cerro Branco tem v�rios acessos que, por algum motivo, relembram colonos e motoristas. Um deles, em especial, faz refer�ncia at� no nome. Trata-se da rua 25 de Julho, que traz consigo a lembran�a e a homenagem a estas duas classes de trabalhadores. J� em seu in�cio (trecho pr�ximo � avenida 12 de Maio) se avistam casas antigas - habitadas, em sua maioria, por descendentes de colonizadores -, lavouras e ve�culos. Mas o que chama aten��o � o empreendimento de propriedade de Diego Diehl, 24 anos, cuja origem est� associada � col�nia. Numa �rea de 360 m� ele mant�m uma estufa para cultivo de verduras. Detalhe: o manejo � hidrop�nico. Isto significa que o cultivo � feito sem o uso de solo, ou seja, as ra�zes recebem uma solu��o nutritiva balanceada que cont�m �gua e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta. O neg�cio teve in�cio em 1998, �poca em que o irm�o de Diego, Ezequiel Gustavo, plantava tomate. Naquele mesmo ano, por sugest�o do agr�nomo Ademar Aida, de Santa Maria, um dos pioneiros da hidroponia, Diego decidiu apostar neste sistema de cultivo. Eis que, ent�o, surgia um novo ramo voltado � agricultura. A novidade deu t�o certo que Diego � tido como refer�ncia na regi�o quando o assunto � produto hidrop�nico. Na manh� de ter�a, 20, a reportagem da Folha foi conferir de perto este trabalho. � primeira vista a estufa se assemelha a um imenso tapete verde. As verduras s�o semeadas em bancadas de aproximadamente 1,30 metro de altura. Nestas, crescem e desenvolvem-se at� a �poca da colheita. O ciclo completo leva de 65 a 85 dias, dependendo da esta��o do ano (confira nas fotos). No inverno a demora � maior. TECNOLOGIA - De 1998 para c�, Diego aderiu � tecnologia. "No come�o as bancadas tinham como base telhas de fibrocimento (Brasilit), que eram revestidas com lona na parte inferior e com pl�stico dupla face na parte superior. Agora, as mudas s�o transferidas para canos utilizados em hidroponia", disse. "� tudo automatizado. A �gua para a irriga��o � puxada de um po�o artesiano e fica armazenada numa caixa d� �gua, de onde � levada por tubula��o com a ajuda de um motor el�trico", acrescenta. Conforme ele, as plantas precisam ser irrigadas de hora em hora no inverno e a cada 15 minutos no ver�o. Para garantir a precis�o destes intervalos, um timer � acionado. "No inverno, por exemplo, tem que controlar porque se estiver muito �mido � mais f�cil de a planta contrair doen�as", explica. Com a ajuda da m�e, Doreli, o jovem empreendedor, que n�o nega que tem um p� na col�nia, produz alface e r�cula. "Nesta �poca, a m�dia de produ��o � de 80 d�zias por semana (50 alface e restante r�cula). No ver�o cultivo s� alface, a� chega at� 100 d�zias por semana", adianta Diego. As verduras abastecem um supermercado de Cerro Branco e outros tr�s de Candel�ria. VANTAGENS - Sobre a t�cnica empregada, Diego destaca como vantagens o f�cil manejo; a limpeza da planta, j� que n�o tem contato com a terra; a aus�ncia de insetos; e a tend�ncia de crescer "para cima", que garante a uniformidade das folhas. As variedades empregadas s�o a Pira Verde (alface) e a Apreciatta Folha Larga (r�cula). Apesar de n�o mexer definitivamente na terra, Diego - que � t�cnico agr�cola e acad�mico do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Santa Cruz do Sul - produz, com muito capricho e dedica��o, o que quase todo colono tem na horta e que vai �s mesas do interior e da cidade, muitas vezes gra�as � atua��o dos corajosos motoristas. Um exemplo que merece ser destacado e um orgulho para o munic�pio vizinho de Cerro Branco.