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25/08/2009 16:56
Por:

Desabafo (ou a porcaria que n?o foi pro lixo)

Quem acompanha esta coluna deve ter notado que nas últimas duas semanas o espaço foi disponibilizado para outras pautas. Não sei bem como explicar, mas de vez em quando me vejo acometido de uma frescura denominada bloqueio mental. Simplesmente não consigo escrever e mesmo tentando não sai nada que presta. Por vezes me vejo forçando um padrão que foge até mesmo à minha compreensão, e se nem eu mesmo entendo, para que publicar? Simplesmente para aparecer? Não. A lixeira está entupida de colunas começadas e não acabadas; é o lugar perfeito para depositar ranços em forma de textos. Impressionantemente, sempre ao final de cada edição, com o jornal já na gráfica e pronto para ser impresso, me vêm as melhores idéias, algumas até brilhantes. Aí a cabeça fervilha, vou descansar e as idéias de ontem não me vêm à tona hoje. Uma análise subliminar me leva a crer que os acontecimentos à minha volta é que colocam este paredão à minha frente. É um mundo de pilantragem, traições e escândalos que de uma forma ou outra acabam nos afetando. Eu sou um eterno crente, não desses que andam com a bíblia embaixo do braço e moram dentro das igrejas e depois saem cometendo os piores dos impropérios; mas um cara que acredita em Deus, no amor, na amizade, no estudo, no trabalho, enfim, nestas coisas legais que deveriam regrar a vida de cada um. Falando em estudo, na semana divulgaram um que pretede premiar com uns trocados os alunos que passarem de ano. No meu entender, isto é uma apologia à vagabundagem ou uma iniciação à prática da propinação para aproveitamento futuro. É o Brasil construindo seus homens. Sei de casos análogos envolvendo gente que ganha diárias ou empregos a troco de votos para cargos importantes, mas isto é só para quando as pessoas crescem (sic). Tremei onde estiveres, Pitágoras, teu provérbio acaba de ser modificado: “Dai dinheiro fácil às crianças e não será preciso tirar o dinheiro da cachaça dos adultos”. Pensando bem, existem muitos textos que eu poderia desenvolver, mas prefiro parar por aqui, pois assuntos de ordem escatológica me enojam. Volto quando tiver uma recaída ou quando certos males forem extirpados (neste caso, talvez nunca), o que acontecer primeiro! Enquanto isso, continuo na luta inglória de tentar voltar a escrever sobre coisas que gosto e tentar remontar ao tempo que qualquer porcaria de texto me deixava feliz e satisfeito. E é só isso que eu quero.