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Quando a confiana no mdico estreita laos e cria vnculos
A pediatra Slvia Roos reserva um espao nobre do consultrio para as fotos de seus pacientes. As imagens de bebs e as lembrancinhas de nascimento esto num amplo mural - feito especialmente para esta finalidade. O que impressiona a quantidade de imagens. Todas, de certo modo, simbolizam o carinho que as famlias destas crianas sentem pela mdica. O sentimento certamente recproco porque, do contrrio, as fotografias no estariam mostra. A relao de amizade que Slvia mantm com seus pacientes o que move seu trabalho.
Conforme explica, este vnculo entre mdico e paciente extremamente importante. "Gosto de trabalhar em consultrio porque possvel manter este elo de confiana com a criana, com a famlia. muito mais fcil tratar de algum que voc acompanha, que voc conhece", destaca ao observar que com a socializao da Medicina a relao entre mdico e paciente foi desgastada. "No SUS (Sistema nico de Sade) mais difcil de criar vnculos porque nem sempre os pacientes conseguem consultar com os mesmos mdicos. O atendimento sempre diferente", acrescenta.
Outro benefcio do consultrio, na avaliao de Slvia, o incentivo preveno. "O mdico um formador de opinio. Nas consultas e nas conversas possvel orientar as crianas para que elas tenham essa preocupao com a sade", diz. "Gosto muito de conversar com os meus pacientes. Falo de tudo: sobre drogas, sexo, alimentao, hbitos saudveis". Alm dos bebs, Slvia atende adolescentes e at mesmo adultos. "Antes de ser pediatra sou mdica e tem muitos adultos que preferem consultar comigo", observa. Sobre a profisso, ela destaca que ainda acha uma rea maravilhosa para trabalhar apesar dos maus exemplos e dos escndalos vistos pelo Brasil afora. "Meu maior motivo de felicidade ver que o paciente confia em mim e acredita no meu trabalho. uma profisso muito nobre", avalia.
FORMAO - Slvia Roos formada em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria h 21 anos e cursou especializao h 19, em Porto Alegre. Natural de Santa Maria, mora em Candelria desde 1991. Ela destaca que nos ltimos anos reduziu o nmero de pediatras no mercado. "Atualmente, os formandos tm optado por reas de especializao que no exigem atendimento em situaes de urgncia e emergncia. O pediatra no tem hora para atender e, por isso, est sempre prestes a ser chamado para uma consulta". Para orgulho de Slvia, seu filho Pedro, de 18 anos, vai prestar vestibular para Medicina esse ano seguindo, assim, os seus passos. A rea por ele pretendida, no entanto, a cardiologia.