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Finados: a hora de lembrar dos que j foram
Orar, acender velas, visitar os tmulos e levar flores so hbitos que se intensificam no dia de Finados, celebrado em 2 de novembro. Tais gestos amenizam a dor e a saudade pelos que j se foram. No cemitrio municipal de Candelria, a exemplo dos ltimos anos, muitas pessoas j se anteciparam na limpeza e ornamentao dos jazigos.
Nesta semana, a reportagem da Folha conversou com alguns candelarienses que seguidamente vo ao local para relembrar de familiares e amigos falecidos. Um deles o aposentado Artidor Simo, 79 anos, da cidade. Na manh de quarta, 27, ele cumpriu um costume antigo ao limpar e pintar o tmulo de um amigo de infncia. "Venho quase toda semana, ou na poca em que a pessoa fazia aniversrio, para trazer flores. Gosto de vir no cemitrio para no esquecer de quem j partiu", disse. "Me sinto bem com isso", sinalizou. Com disposio semelhante, o tambm aposentado Antenor Maia, 67 anos, conclua a pintura de trs jazigos. "Pintei o dos meus pais e das minhas duas irms e cunhados", explicou. Da mesma forma, Maia garantiu que todos os anos faz a mesma coisa. "Assim preservo a memria da famlia", ponderou.
J a pensionista Irma Cortes, 67 anos, da Vila Marilene, foi at o cemitrio municipal para limpar e enfeitar as sepulturas do marido e de parentes. Ainda emocionada pela perda do companheiro, ela revelou que procura manter limpos os jazigos para, igualmente, relembrar das pessoas queridas. Os trs entrevistados observaram que preferem ir ao cemitrio dias antes do feriado para evitar a aglomerao de pessoas.
GUA E DROGAS - Em meio s entrevistas, uma candelariense, que preferiu no ter seu nome divulgado, reclamou da falta de torneiras na regio central do cemitrio e da presena constante de usurios de drogas naquelas proximidades. Por este motivo, a Folha manteve contato com o encarregado da secretaria de Obras que responde pela rea. Slvio Braga informou que foi constatado um vazamento na canalizao da torneira instalada mais ao centro do cemitrio e que, por isso, o fornecimento estava suspenso. Todavia, garantiu que no dia de Finados seria restabelecido o abastecimento para que as pessoas pudessem utilizar a gua.
Com relao aos usurios de drogas, o comandante da Brigada Militar, capito Rodrigo Sartori, afirmou que diariamente os policiais fazem rondas ostensivas naquelas imediaes. Disse, ainda, que vrias pessoas foram flagradas usando drogas, furtando letreiros dos tmulos e, at mesmo, mantendo relaes sexuais no cemitrio. Ele ressaltou que este um problema crnico e que poderia ser resolvido, de imediato, com o isolamento fsico do cemitrio - a construo de muros, por exemplo. Enquanto isso no ocorre, o capito reiterou que as abordagens sero mantidas. Pediu, neste sentido, que a comunidade colabore denunciando atitudes suspeitas atravs dos telefones 190 ou 3743 1167.
A origem da data
A data foi criada em tributo s pessoas falecidas. uma tradio iniciada h muitos sculos atrs. Conta-se que os cristos, por volta dos sculos I e II, j rezavam pelos falecidos e que no sculo IV missas eram celebradas com esse propsito. Mais tarde, no sculo V, a igreja destinou um dia por ano para rezar por todos os mortos. No sculo XIII o dia 2 de novembro tornou-se dia anual por todos os mortos.
A homenagem, no entanto, varia de acordo com a localidade. No Mxico, por exemplo, eles so lembrados com festas e, por isso, o Pas recebe turistas de todo mundo. Em regies de religio budista, so feitas homenagens com procisso e no Japo se ofertam arroz e algas para alimentar as almas dos falecidos. No Brasil, como se sabe, costume visitar sepulturas e levar flores.
As mais usadas so as do campo, como crisntemos e margaridas. possvel, alis, encontrar coroas de flores para a ocasio. Independente da crena de cada um em relao morte, todos tm necessidade de expressar carinho, admirao e saudade pelos que j deixaram a vida terrena.