Posi��o contra o fumo mobiliza a regi�o

A posi��o que o Brasil adotar� na Quarta Se��o da Confer�ncia das Partes da Conven��o-Quadro para o Controle do Tabaco renovou as preocupa��es sobre as consequ�ncias para a economia da regi�o. Durante a semana, circulou a informa��o de que o Brasil se posicionaria a favor da implementa��o dos artigos 9 e 10 da Conven��o - que tratam a respeito da proibi��o da adi��o de ingredientes � fabrica��o de cigarros. A not�cia trouxe preocupa��o em raz�o dos efeitos de tais normativas na produ��o do tabaco tipo Burley, cultivado por cerca de 50 mil fam�lias nos tr�s Estados do Sul do Pa�s. O alerta despertado em rela��o � quest�o gerou uma forte mobiliza��o para reverter o quadro. A for�a-tarefa reuniu lideran�as do setor, parlamentares e prefeitos da regi�o, que uniram for�as em Bras�lia durante toda a �ltima quarta-feira, 10. O prefeito candelariense Lauro Mainardi participou da movimenta��o na capital federal que, aparentemente, j� repercutiu favoravelmente. Embora o Minist�rio das Rela��es Exteriores tenha reafirmado que a Comiss�o Nacional para Implementa��o da Conven��o-Quadro (Conicq) j� est� definida, outros minist�rios sustentam que o governo brasileiro n�o tem nenhuma posi��o firmada sobre o tema. A agenda da comitiva em defesa dos interesses da fumicultura na quarta-feira come�ou pelo ministro das Rela��es Institucionais, Alexandre Padilha, que assegurou que o Pa�s n�o adotar� nenhuma decis�o que prejudique os fumicultores. Na tarde do mesmo dia, a comitiva manteve audi�ncia com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que, da mesma forma, garantiu que o governo n�o possui nenhuma posi��o tomada. Al�m da press�o pol�tica, outras iniciativas buscam influenciar a posi��o do governo brasileiro em rela��o � 4� Confer�ncia das Partes da Conven��o-Quadro para o Controle do Tabaco, prevista para a pr�xima semana em Punta del Este, no Uruguai. No meio da semana, foram entregues 60 mil assinaturas de produtores rurais pedindo que os artigos n�o sejam implementados por representarem preju�zos � fumicultura. A Afubra (Associa��o dos Fumicultores do Brasil) sustenta que h� diverg�ncias em rela��o ao per�odo para implantar os artigos da CQCT. Por isso, defende que os prazos sejam ampliados para a pr�xima confer�ncia, a COP 5, que acontece daqui a dois anos. Ouvido ontem por telefone pela reportagem da Folha, o prefeito Lauro Mainardi demonstrou esperan�a de que a mobiliza��o surtir� o efeito desejado. "Fizemos tudo o que foi poss�vel para mostrar ao governo federal a import�ncia do fumo para a regi�o Sul. Por isso, as medidas restritivas � produ��o precisam ser gradativas, sob pena de gerar um caos social na regi�o", enfatizou. Mauro Flores na comitiva O presidente do Sindicato Rural de Candel�ria, Mauro Flores, integrar� a comitiva que participar� no Uruguai da 4� Confer�ncia das Partes, liderada pela Organiza��o Mundial da Sa�de, para debater o controle do tabaco no mundo, que acontece entre os dias 15 e 20 deste m�s. Flores viaja no domingo, 14, na condi��o de presidente da Comiss�o do Tabaco da Federa��o da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), juntamente com deputados, l�deres da ind�stria e representantes da Associa��o dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e da Federa��o de Trabalhadores na Agricultura (Fetag). Apesar da informa��o divulgada de que a Comiss�o Nacional para Implementa��o da Conven��o-Quadro - Conicq - ir� votar a favor das propostas debatidas, os l�deres buscam reverter essa decis�o, apesar de a Organiza��o Mundial da Sa�de n�o ter credenciado os representantes das ind�strias e dos fumicultores para integrar os debates e que acompanhar�o a programa��o apenas como assistentes. Para Mauro Flores, se mantida a posi��o, a atitude do governo federal ir� representar uma verdadeira trai��o aos produtores de fumo que acreditaram em Dilma Rousseff que, ainda na condi��o de candidata � presid�ncia, havia consolidado sua posi��o a favor da manuten��o da cultura. "Se a contagem dos votos fosse feita como antigamente, talvez a apura��o n�o tivesse sido conclu�da, e muita gente estaria correndo atr�s para tirar seu voto da urna", ironizou. Saiba mais - A pol�mica a respeito da posi��o brasileira durante a 4� Confer�ncia das Partes para Controle do Tabaco (COP 4) iniciou ap�s a informa��o de que 10 minist�rios teriam se reunido em Bras�lia no in�cio da semana e definido posi��o favor�vel �s medidas de redu��o do consumo de tabaco. A not�cia do Minist�rio das Rela��es Exteriores � que a delega��o brasileira votaria a favor da implementa��o dos artigos 9 e 10 - que tratam da proibi��o da adi��o de ingredientes na fabrica��o de cigarros - e artigos 17 e 18, referentes � diversifica��o de culturas. - Com a restri��o ao uso de aromatizantes na fabrica��o de cigarros, a preocupa��o das empresas, entidades e produtores � com a manuten��o do tabaco Burley. Ainda durante o processo de cura, as folhas perdem caracter�sticas que precisam ser recompostas por meio do uso de ingredientes. Sem controle de temperatura e umidade, a cor e o aroma desejados s�o obtidos, mas os a��cares formados a partir do amido sofrem perda e interferem no gosto. Por isso, � necess�ria a recomposi��o das caracter�sticas do sabor original. Conforme as cigarreiras, para que os consumidores brasileiros e da maior parte do mundo continuem consumindo os cigarros que preferem (estilo American blend), � imprescind�vel o uso de misturas.