Por:
Assassinato de colega gera apreenso entre os taxistas
A notcia do assassinato do taxista lvaro Miguel Klafke deixou desolados os profissionais da categoria no incio da tarde de ontem, 22. Por volta das 13h, um agricultor que se deslocava at a cidade, encontrou o professor aposentado e taxista de 67 anos, j sem vida, cado atrs de seu automvel, um Corsa Spirit, quatro portas, placas IPJ 2841, em uma estrada vicinal na localidade da Linha Boa Vista.
A equipe de investigao da Polcia Civil, acompanhada do delegado Eron Marques de Lemos, esteve no local e fez levantamentos da cena do crime. De acordo com Lemos, lvaro Klafke teria sido retirado do veculo e morto com um tiro queima-roupa na cabea, que atingiu o ouvido direito. A principal hiptese de que houve um latrocnio (roubo seguido de morte), pois a carteira de Klafke foi abandonada no local. Dela foi levado o dinheiro, e tambm o celular do taxista.
ALMOO - De acordo com o apurado pela reportagem da Folha, lvaro Miguel Klafke chegou para almoar no restaurante da rodoviria por volta das 12h30. O funcionrio da Viao Unio Santa Cruz, nio Flores, foi uma das ltimas pessoas a conversar com o taxista. "Quando eu estava saindo ele chegou, penteando os cabelos. Ainda disse a ele que estava atrasado, pois o lvaro sempre chegava antes para almoar", comentou. Segundo os funcionrios do restaurante, assim que terminou de almoar, lvaro pagou a conta e se dirigiu at o ponto de txi ao lado da loja Casaro Verde, onde trabalhava h 12 anos. Suspeita-se que o autor tenha se dirigido at o ponto e solicitado a corrida at a Linha Boa Vista. O delegado adiantou que a polcia j tem algumas suspeitas. Ele no descarta a participao de outras pessoas. O corpo de Klafke foi removido pela Funerria Freitas para o DML de Santa Cruz do Sul, onde foi realizado o exame de necropsia.
Morte de colega revolta a categoria
Aps receberem a notcia da morte de lvaro Klafke, os colegas Iran Moreira e Sandor Schwantes, que trabalhavam com o taxista no ponto situado na avenida Marechal Deodoro, entre a Loja Casaro Verde e o Colgio Ulbra/Concrdia, pareciam no acreditar no que havia acontecido. Emocionado, Moreira frisou que foi uma grande perda. "O seu lvaro era uma boa pessoa e um grande amigo. No d para acreditar que tenham feito isso com ele". Schwantes, que alm de colega, era amigo pessoal da vtima, disse que o taxista se dava bem com todos e no tinha nenhuma inimizade. " uma grande perda para a nossa classe", pontuou.
SEGURANA - Sobre o crime, os dois taxistas salientam que infelizmente os profissionais esto merc dos bandidos, trabalhando sem nenhuma segurana. "Se ns usarmos uma arma, estamos sujeitos a ser presos. Infelizmente, ns estamos de mos atadas e nas mos dos vagabundos", observou Moreira. Schwantes, que j foi assaltado em duas oportunidades, frisou que os taxistas esto sempre a perigo. "Ser taxista uma profisso muito perigosa. Voc no sabe se vai voltar para casa ao fim do dia". Ele adiantou ainda que em homenagem ao colega falecido, os taxistas usaro uma tarja preta sobre o cap dos automveis.
MAIS - Antes de ingressar na carreira de taxista, lvaro Miguel Klafke atuou como professor de Histria, lecionando no Colgio Ulbra/Concrdia e Dinarte (Passa Sete), alm de tambm exercer a funo de diretor da escola estadual Guia Lopes. Durante muitos anos, Klafke ainda foi treinador do Olarias e, por duas vezes, campeo municipal de futebol. O taxista deixa dois filhos.