Clima quente na C?mara

O horizonte político de Candelária promete não ser nada amistoso. Interesses pessoais e políticos conflitantes estão há algum tempo gerando divergências, que só devem aumentar à medida que se aproximam as eleições municipais de 2008. A sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira, 4, mais uma vez refletiu esse ambiente tenso e de ânimos acirrados até mesmo do lado de fora da Casa Legislativa.
A reunião foi presidida pelo vereador José Luis Gomes (PMDB), diante das ausências do presidente Anselmo da Silveira (PSDB) e do vice André Rohde (sem partido). Ao lado de Leonir Menezes (PSDB), os dois vereadores justificaram o não comparecimento em função de uma viagem a Porto Alegre (veja matéria ao lado). Diante de um quórum de apenas seis vereadores, coube à vereadora Rosani Moura (PP) dar início aos debates de natureza política. Ainda no pequeno expediente, ela criticou o alegado abuso do Executivo Municipal nas contratações emergenciais. Segundo sustentou, tais admissões vão gerar ações judiciais por burlar o concurso público. O vereador Rogério Jacobi (PP) reforçou as restrições às propostas do Executivo, argumentando que as contratações atendem interesses exclusivamente políticos. Na ordem do dia, um dos projetos do Executivo acabou rejeitado e outro aprovado com emendas (veja no espaço “Câmara em Resumo”).
Já o líder do governo na Câmara, José Luis Gomes criticou a incoerência e a má vontade da bancada de oposição no desenrolar dos trabalhos da Câmara. Segundo ressaltou, derrubar projeto importante da saúde “é o ápice da má vontade da oposição maléfica e perversa”. Em meio ao seu pronunciamento o vereador peemedebista fez referência à publicação de artigo na Zero Hora do dia 30 de maio intitulado “Farras do Legislativo”. A matéria menciona o enquadramento de mais de 30 vereadores do sul do país, que, a pretexto de um curso, faziam turismo.

Gomes contra Jacobi
O clima esquentou de vez na parte final da sessão. Seguindo o espaço de seu partido no grande expediente, o vereador Jacobi disse que iria se manifestar mesmo não sendo anunciado. Gomes retrucou que Jacobi não esperou ser anunciado, pois se julga o dono de tudo. As trocas de farpas prosseguiram até que Jacobi agradeceu e, em tom irônico, disse que o colega é muito educado. Ao que Gomes devolveu: “aprendi com o senhor”. A reportagem da Folha testemunhou que a discussão entre os dois vereadores prosseguiu no lado de fora da Câmara. Somente a intervenção de outras pessoas evitou que o atrito tivesse conseqüências maiores.